Processo cada vez mais comum em muitos setores da economia, a terceirização da área financeira das empresas já figura no radar de pelo menos 40% dos escritórios de serviços contábeis, que planejam captar novos clientes para prestar este tipo de serviço.
A tendência foi apontada no estudo “Mapa do Empreendedorismo na Contabilidade 2020 – O Mercado Caminha para a Consolidação?”, recém-lançado pelo professor Roberto Dias Duarte, recorrente pesquisador do tema e autor de livros que se tornaram referência, como “Big Brother Fiscal na Era do Conhecimento” e “Manual de Sobrevivência no Mundo Pós-Sped”.
“No curto prazo, isto é, nos próximos 12 meses, os serviços de BPO Financeiro estão sendo bastante demandados, tanto que atualmente quase 30% dos escritórios de contabilidade já dispõem dessa oferta em seu portfólio, e 40% desejam tê-la, demonstrando assim que o tema é prioritário para 70% do mercado contábil.
Segundo o especialista, esta tendência mostra que as empresas de serviços contábeis estão buscando novas formas de gerar receita, delineando estratégias inovadoras para captar clientes e aumentar a produtividade.
“Os empresários contábeis estão investindo novas tecnologias, a exemplo de ferramentas para a integração de sistemas de gestão de clientes, tema que tem pautado a agenda da maioria do mercado, seja nos grandes ou pequenos escritórios”, salienta Duarte, para quem a principal diferença entre grandes escritórios e pequenos está no fato de que 40% dos primeiros já estão mais avançados na oferta de implantação desse tipo de serviço, enquanto 25% querem atender a esta demanda
Outra descoberta importante foi que a receita média no mês de junho de 2020 das empresas de contabilidade que ofertam BPO foi 57% maior que a média geral do mercado. Além disso, elas tiveram um crescimento líquido nas receitas mensais de 2% , durante o primeiro semestre, enquanto a média geral do mercado foi um decréscimo de 2%. “Este fenômeno evidencia uma clara tendência. Escritórios mais inovadores prosperam, mesmo em meio a um grave momento social e econômico”, destaca o pesquisador.
Estudo
A pesquisa foi realizada a partir de dados provenientes de 475 respostas de sócios, proprietários, diretores, gerentes, coordenadores e gestores de organizações contábeis.
Participaram profissionais de todas as unidades da Federação, exceto os estados do Acre e Amapá. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), até 31 de agosto, o Brasil tinha 71.606 organizações contábeis em atividade. O intervalo de confiança foi de 4%, indicando que os resultados da pesquisa refletem as opiniões reais da população total, com o índice de confiabilidade chegando a um nível de confiança de 95%.
O estudo completo pode ser baixado aqui.
Fonte: Reperkut