x

Selic menor dará mais fôlego ao PIB brasileiro em 2012, dizem analistas

A redução dos estoques das indústrias no fim de 2011 também deve contribuir para a acelerar a atividade.

06/03/2012 21:00

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
Selic menor dará mais fôlego ao PIB brasileiro em 2012, dizem analistas

A economia brasileira deve se mostrar mais forte em 2012, graças, em parte, ao efeito do ciclo de cortes da taxa Selic, avaliam analistas consultados pela Agência Estado. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 2,7% em 2011 e 0,30% no quarto trimestre ante o trimestre anterior. Na comparação anual, o aumento foi de 1,4%. Os números vieram em linha com as estimativas de analistas.

Outro fator citado foi a redução dos estoques na indústria no quarto trimestre, que deve aquecer a atividade neste início de ano. "Essa redução é positiva, porque agora as empresas terão de refazer seus estoques", explica o economista-chefe do ING, Gustavo Rangel. "Creio que esse resultado reforça o que Tombini vinha falando, que o Brasil vem crescendo abaixo do potencial e não veria motivo para nenhuma mudança tática do Copom", afirma Rangel. Ele estima que o País crescerá 3,5% em 2012.

Para o economista, é exagerada, inclusive, a avaliação de participantes do mercado de que o BC poderia acelerar os cortes de juros para ajudar o Ministério da Fazenda a conter a queda do dólar. Rangel mantém sua aposta de corte da Selic de 0,50 ponto porcentual, para 10%, na reunião de amanhã, e mais reduções até julho até o patamar de 9%.

Já o economista-sênior para América Latina da Economist Intelligence Unit (EIU), Robert Wood, Wood diz que a melhora da economia global, que sinaliza processo de estabilização na zona do euro, deve ajudar o País, deixando ao BC "menos folga para cortes" de juro. Wood disse que os números de hoje vieram um pouco aquém da sua estimativa, que era de crescimento da economia de 2,9% em 2011, e que o fato de o PIB do terceiro trimestre ter sido revisado para o terreno negativo - de 0,0% para -0,1% - reduz o crescimento residual para 2012, mas não muda sua previsão de crescimento de 3,3% este ano.

Ele observa que a taxa de investimento da economia brasileira (FBCF/PIB) também está abaixo do nível ideal para que a economia possa sustentar um crescimento de 4,5%. A taxa de investimento em 2011 ficou em 19,3%, ante 19,5% em 2010. "O Brasil precisa elevar essa taxa para pelo menos 22% a 23%", afirma Wood. Para o primeiro trimestre de 2012, Wood projeta uma expansão da economia de 0,5% a 1%. "Só na segunda metade do ano veremos a economia ganhar mais tração, podendo chegar a um crescimento anualizado de 4,5%", prevê.

Para Sian Fenner, economista global do Lloyds Bank em Londres, a economia brasileira caminha com duas velocidades diferentes. Enquanto o setor de serviços avança mais rapidamente, puxado pela demanda interna, a indústria sofre com a valorização do real. "Essa tendência deve prosseguir ao longo de 2012", afirma. Para Fenner, apesar de a economia ainda continuar crescendo menos do que o potencial, os detalhes dos dados divulgados hoje revelam um cenário menos pessimista. "A demanda doméstica se recuperou fortemente no quarto trimestre, já que a alta dos salários e a melhora das condições de crédito estimularam o consumo das famílias", diz.

O Lloyds Bank estima crescimento de 3,2% para o PIB brasileiro neste ano. "Acreditamos em melhora modesta da produção industrial em 2012 e temos sólida perspectiva para a demanda doméstica, com crescimento de 4% a 5%", prevê Fenner.

Fonte: Estadão

Leia mais sobre

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.