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Pandemia

55% dos líderes trocariam de emprego

Levantamento mostra frustração de executivos com o empenho/recompensa no período de pandemia.

20/06/2021 14:00

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55% dos líderes trocariam de emprego

55% dos líderes trocariam de emprego Foto de Andrea Piacquadio no Pexels

Uma pesquisa realizada pela consultoria global de executivos Boyden, com 357 executivos brasileiros, mostra que um em cada dois líderes sentiu que o desejo de mudar de emprego aumentou neste ano em comparação com 2020.

De acordo com o sócio da Boyden, a vontade de mudar de emprego revela uma frustração com todo o empenho/recompensa que os líderes obtiveram em um ano tão exigente como o de 2020. 

“Eles querem poder vivenciar uma experiência profissional diferente”, diz Leonardo de Souza, sócio da Boyden. 

O levantamento foi realizado em maio e junho, sendo 29,5% dos respondentes em posições de vice-presidência ou C-level e 37,5% em cargos de diretoria.

Impactos da pandemia

Depois de mais de um ano enfrentando desafios pessoais e gestão de impostos pela pandemia, como o aumento na carga de trabalho, a mudança na rotina e muitas vezes a frustração dos resultados no negócio, muitos gestores estão repensando a carreira.

“Desde o último trimestre de 2020, tem se tornado comum escutarmos relatos sobre como este período de pandemia tem sido duro. É provável que a saturação desta situação, vista como desconfortável, aliada a avaliação de um cenário um pouco mais estável em um futuro próximo, esteja incentivando os profissionais a se colocarem mais dispostos a uma troca de emprego.”

Na pesquisa, 55% dos executivos disseram que o desejo de mudar aumentou este ano, 34% que permanece o mesmo e apenas 11% disseram que diminuiu. Em comparação ao ano passado, 41% dos executivos se sentem com uma maior predisposição para avaliar uma nova oportunidade profissional em 2021.

“As pessoas estão feridas e como já passaram por uma mudança radical na rotina, agora não têm medo de mudar tudo e ter uma nova experiência de trabalho.” 

Comprometimento e retenção

O levantamento mostra, no entanto, que 41% dos gestores consultados consideram que seu engajamento com a empresa atual aumentou desde o início da pandemia.

“Isso mostra que eles mantêm o comprometimento com suas responsabilidades e equipes nas empresas onde trabalham atualmente.” 

Porém, as dificuldades trazidas pela pandemia, tanto no aspecto profissional quanto pessoal, segundo Souza, têm provocado reflexões sobre perspectivas futuras e levado a uma reavaliação da escala de importância dos diversos aspectos da vida.

Souza pondera que esse desejo de trocar de emprego só vai se concretizar se aumentar o número de oportunidades este ano, mas de qualquer modo essa insatisfação deve estar no radar das empresas. “O desafio será manter e reter gestores com esse tipo de ressentimento”, afirma.

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