Nesta quarta-feira (15) o comércio comemora o “Dia do Cliente”, uma das suas principais datas com foco no reconhecimento do valor do seu consumidor e de certa forma recompensá-lo e atraí-lo com propostas de compras na data.
A data foi estrategicamente colocada em um mês mais calmo no setor, que fica entre dois pesos-pesados do comércio, muito esperados tanto pelos comerciantes quanto pelos clientes, e que alavancam as vendas: o Dia dos Pais e o Dia das Crianças. O Dia do Cliente, no entanto, vai além do fomento às vendas, com o objetivo de consolidação do posicionamento de marcas através de estratégias de customização, até então algo novo no país, visando o estreitamento da relação entre consumidor e empresas.
Recuperação econômica
Neste ano, há expectativa de recuperação econômica para este período. Em 2020, em plena pandemia, somente na semana do Dia do Cliente, o comércio varejista movimentou cifras na casa dos 22,3 bilhões, de acordo com o levantamento da pesquisa Globo Insights (Grupo Globo).
Segundo analistas, apesar do amplo campo ainda à ser explorado e desconhecido por 22% do público consumidor, a incorporação em 2019 da data na Semana do Brasil, iniciativa do governo federal com o apoio de diversas associações de lojistas, foi um ponto de virada importante que aumentou exponencialmente o impacto das estratégias de marketing voltadas ao período.
Ainda de acordo com a pesquisa, em 2020 houve um salto de 52% a mais no número de pedidos e de 107% na taxa de recompra, que são aquisições motivadas por estratégias de retenção de clientes.
Na opinião do especialista em economia e finanças, Marco Juarez Reichert, que é conselheiro de administração da segunda maior cooperativa de crédito do país, estratégias de fidelização, como o marketing de experiência e encantamento de clientes, são os únicos caminhos de sobrevivência no mercado em um mundo 4.0. Reichert alerta para a necessidade de mudança de mindset como meio de criar um cenário de continuidade:
"O comerciante ou o empreendedor prestador de serviços não pode se acomodar. Precisa fazer pesquisa de mercado e concorrência para agregar novos valores. Saber o que o outro está fazendo de diferente, de especial, e estar atento às demandas do consumidor na ponta final. É preciso entender a frequência de compra desse cliente, quem é essa pessoa, para compreendê-lo e buscar a sua fidelização. Muitos ainda precisam sair do modelo anterior, o da satisfação, para passar para o modo do encantamento ao consumidor. As marcas vencedoras já se deram conta disso.", avalia Reichert.
Segundo Reichert, as transformações tecnológicas atropelaram o marketing tradicional, e a pandemia da covid-19 acelerou a mudança deste processo comportamental. Compras pela internet passaram a ser a solução para grande parte dos consumidores e o marketing digital, que já estava sendo aplicado antes, colocou na ordem do dia iniciativas engavetadas pelas empresas, principalmente nas menores. “O Marketing 4.0, é o verdadeiro caminho das pedras para o nosso tempo. Deixamos de lado o foco no cliente para tê-lo como centro dos negócios. Não é mais a empresa que toma suas decisões, unilateralmente. É o cliente que decide os rumos a serem tomados.”, conclui o especialista.
Com informações Marco Juarez Reichert, conselheiro de administração da SICREDI - PIONEIRA /RS