O Auxílio Emergencial 2021 já está próximo do seu encerramento e deve ser concluído no mês de outubro, faltando apenas a conclusão do pagamento da sua sexta parcela e o início da sétima, última prevista para este ano.
Com a redução nos valores pagos neste ano (entre R$150 e R$375, dependendo da composição familiar) e a inflação acumulada que subiu a cesta básica em 16,9%, o poder de compra diminuiu consideravelmente para os beneficiários que precisam repensar as formas de utilizar o depósito.
Com os valores disponíveis em 2021, as famílias conseguem comprar apenas o equivalente a 23% de uma cesta básica completa de itens essenciais para a alimentação familiar.
Em 2020, os valores pagos pelo programa foram de R$600 ou R$1.200, dependendo da situação e mesmo com o menor valor, era possível adquirir a cesta e ainda ter uma pequena sobra para a compra do gás. Hoje já não é mais possível.
A cesta básica é reajustada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e com o benefício mínimo de R$150, apenas 23% da cesta é paga (que atualmente custa R$650,50) e para uma mulher responsável pela casa, que antes poderia comprar até duas cestas, agora conseguem adquirir apenas 58% de uma.
Segundo cálculos realizados pelo economista Matias Cardomingo, pesquisador do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made) da USP, (Universidade de São Paulo), em entrevista ao UOL, o pagamento mínimo do Auxílio Emergencial atual deveria ser R$701,66 e para mulheres chefes de família R$1.403,33.
Além dos valores reduzidos, segundo dados do Ministério da Cidadania, o auxílio este ano foi pago a uma parte bem menor da população brasileira. Em 2020 foram contemplados 68,2 milhões de brasileiros com no mínimo R$600, enquanto em 2021 apenas 39,4 milhões receberam a ajuda, sendo que apenas 8,6 milhões ganharam o maior valor.