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Relatório global de desigualdade

Pesquisa mostra que parcela dos super-ricos na riqueza global aumenta na pandemia

O Relatório Global de Desigualdade mostrou que 0,01% dos mais ricos do mundo viram sua fatia na riqueza global atingir 11% este ano.

07/12/2021 15:30

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Pesquisa mostra que parcela dos super-ricos na riqueza global aumenta na pandemia

Pesquisa mostra que parcela dos super-ricos na riqueza global aumenta na pandemia Pexels

O Relatório Global de Desigualdade, realizado por uma rede de cientistas sociais, apontou que a parcela de riqueza das famílias nas mãos dos bilionários aumentou em um valor recorde durante a pandemia, com os milionários também 'saindo da Covid-19' à frente dos demais.

O estudo divulgado nesta terça-feira (7) estimou que os bilionários detêm 3,5% de toda a riqueza global das famílias, acima dos 2% registrados no início da pandemia, no começo de 2020.

"A crise da Covid exacerbou as desigualdades entre os muito ricos e o resto da população", afirmou Lucas Chancel, um dos autores do estudo, apontando que as economias ricas usaram apoio fiscal maciço para reduzir a forte alta da pobreza vista em outros lugares.

O relatório usou como base uma série de pesquisas de especialistas e dados de domínio público, com um prefácio escrito pelos economistas Abhijit Banerjee e Esther Duflo, dois dos três que receberam, em 2019, o prêmio Nobel por seu trabalho sobre a pobreza.

"Uma vez que a riqueza é a principal fonte de ganhos econômicos futuros e, cada vez mais, de poder e influência, isso sugere novos aumentos futuros da desigualdade", escreverem os economistas, sobre o que eles chamaram de "extrema concentração de poder econômico nas mãos de uma minoria muito pequena de super ricos".

Os resultados corroboram uma série de estudos já existentes, "listas de mais ricos" e outras evidências que apontam para um crescimento das desigualdades de saúde, sociais, de gênero e raciais durante a pandemia.

A lista de bilionários da Forbes deste ano, por exemplo, incluiu um recorde de 2.755 bilionários, com uma riqueza combinada de US$ 13,1 trilhões – no ano passado, eram US$ 8 trilhões.

O novo relatório mostra que os 520 mil adultos que correspondem aos 0,01% mais ricos do mundo viram sua fatia na riqueza global atingir 11% este ano, ante 10% no ano passado. Pertencer a essa parcela da população significa ter pelo menos US$ 19 milhões (cerca de R$ 108 milhões).

Analistas dizem que alguns dos 'super ricos' se beneficiaram da mudança para o ambiente digital durante os lockdowns em diversas partes da economia global, enquanto outros simplesmente lucraram com a alta dos preços dos ativos enquanto os mercados financeiros apostam na velocidade e 'forma' da recuperação global.

O estudo também apontou que, embora a pobreza tenha crescido acentuadamente em países com uma cobertura de bem estar mais fraca, o pesado apoio governamental nos Estados Unidos e na Europa conseguiu reduzir pelo menos parte do impacto sobre as faixas de renda mais baixas.

"Isso mostra a importância dos estados sociais na luta contra a pobreza", disse Chancel.

Fonte: G1

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