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ECONOMIA

Taxa Selic: entenda o impacto do aumento da Selic na poupança, financiamento imobiliário e FGTS

A sétima elevação consecutiva da taxa básica de juros altera o cálculo TR, taxa usada como indexador.

10/12/2021 11:00

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Taxa Selic: entenda o impacto do aumento da Selic na poupança, financiamento imobiliário e FGTS

Taxa Selic: entenda o impacto do aumento da Selic na poupança, financiamento imobiliário e FGTS Pexels

A taxa Selic teve sua sétima alta consecutiva na reunião do Copom desta semana (8), que acontece a cada 45 dias, e teve sua taxa elevada em 1,5 ponto percentual, passando de 7,75% para 9,25%. 

A elevação da taxa afeta os financiamentos imobiliários, correção do saldo do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e também a poupança, que após a alta deverá ter seu cálculo de rendimento revisado para utilizar a regra antiga.

Isso acontece porque a Taxa Referencial (TR) é usada como indexador para a correção das aplicações da caderneta de poupança, das prestações dos empréstimos do Sistema Financeiro da Habitação e do FGTS.

A TR, calculada pelo Banco Central a partir dos juros das Letras do Tesouro Nacional (LTN), estava zerada, e vai subir com o aumento da taxa Selic. No caso do FGTS, a correção do saldo é a TR mais 3%. E nos empréstimos para a compra da casa própria, a taxa corrige as prestações.

Segundo o diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional de Executivos (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, a estimativa é que a TR fique em torno de 0,05%. Oliveira lembrou que quando a Selic estava em 9,25% ao ano, em julho de 2017, a TR chegou a 0,0623%. Mas só será possível conhecer a nova taxa quando o Banco Central divulgar o cálculo mensal da TR referente a dezembro.

“A TR não vai subir para um patamar que inviabilize o pagamento das prestações do financiamento imobiliário porque estará em um percentual baixo”, disse.

Nova conta para a poupança

De acordo com a legislação, quanto a Selic é igual ou inferior a 8,5% ao ano, a remuneração dos depósitos de poupança é composta pela TR mais 70% da taxa Selic mensalizada.

Com a Selic acima de 8,5% ao ano, a poupança volta a render TR mais 0,5% ao mês (6,17% ao ano).

Segundo simulação da Anefac, com uma aplicação no valor de R$ 10 mil pelo prazo de 12 meses, o investidor acumula rendimento de R$ 680, totalizando R$ 10.680 ao final desse período.

De acordo com a Anefac, a poupança ganha em rendimentos dos fundos de renda fixa, principalmente nas aplicações de baixo valor, porque há cobrança de taxas de administração mais altas. Nos investimentos em poupança, não há cobrança de taxa de administração.

“Assim, a caderneta de poupança vai continuar sendo uma excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano”, explica a Anefac.

Inflação e a Selic

Apesar do aumento do rendimento, a poupança ainda perde para a inflação. A expectativa de analistas de mercado é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) fique acima 10%.

Mas não é só a poupança que perde para a inflação. “Com inflação acima de 10% no ano, todos os investimentos de renda fixa, variável, poupança, CDB perdem para inflação. Mas o Banco Central sinalizou que vai continuar subindo a Selic. À medida que as taxas vão subindo, os investimentos tendem a voltar a ganhar da inflação”, disse Oliveira.

Copom prevê novos aumentos

Em comunicado após a reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que “o ciclo de aperto monetário [aumento da Selic]” deve avançar “significativamente em território contracionista”, ou seja, com mais altas de juros. “O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas [de inflação]”.

“Para a próxima reunião, o comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude (1,5 ponto percentual)”, informou o comitê.

Com informações Agência Brasil

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