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O Balanço e a Tecnologia - Novos Tempos com a era da Informação

A proposta da notícia é demonstrar que não somente os entes tributantes, mas os entes reguladores, os mesmos estão atentos quando da apresentação do Balanço pelas empresas, graças ao uso da Tecnologia.

26/03/2012 09:27

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O Balanço  e a Tecnologia - Novos Tempos com a era da Informação

BC RASTREIA CRÉDITO FORA DO BALANÇO DOS BANCOS

O Banco Central  (BC) começou a rastrear as operações de crédito que os bancos mantêm  fora de seus balanços a partir deste ano. A constatação da autoridade  foi que os empréstimos vinham sendo tratados de forma menos rigorosa  quanto ao risco de inadimplência quando estavam fora dos livros, o que  implica risco para o sistema financeiro. Eram bilhões que escapavam da  supervisão. No Banco Morada, a venda de créditos podres para uma empresa  não financeira controlada pelos mesmos donos do banco foi um dos  fatores que levaram à liquidação da instituição. Alguns bancos  carregam parcelas significativas de suas carteiras de crédito em fundos  de investimento ou vendem empréstimos para companhias que não têm  obrigação de prestar informações ao BC. O Cruzeiro do Sul, especializado  em crédito consignado, por exemplo, carrega quase 100% da sua carteira  em fundos de direitos creditórios - cerca de R$ 8 bilhões.

A  partir deste ano, quando o Banco Central for avaliar o risco de crédito  do sistema financeiro, pouco importará se um crédito está no balanço  dos bancos ou em fundos de investimento. Em ambos os casos, a autoridade  estará com a lupa a postos para analisar o risco de inadimplência dos  tomadores de empréstimos e, consequentemente, a saúde das instituições  financeiras.

A constatação da autoridade foi que os empréstimos  vinham sendo tratados de forma menos rigorosa quando estavam fora dos  livros dos bancos, o que embutia um potencial de trazer problemas para o  sistema. Eram bilhões que estavam fugindo da central de risco do Banco  Central.

É o que a autoridade chama de "sistema financeiro à  sombra" - veículos e empresas com atividade semelhante à de um banco, a  exemplo dos fundos de investimento e securitizadoras. "Essa é uma das  maiores preocupações hoje do BC", disse Carlos Donizeti Macedo Maia,  chefe do departamento de supervisão do BC, durante evento na semana  passada. No Morada, a venda de créditos podres para uma empresa  não-financeira controlada pelos mesmos donos do banco foi um dos fatores  que levaram à liquidação.

O recado já foi dado pelo BC às  instituições em 2011. A partir deste ano, a autoridade exige mensalmente  um detalhamento das operações que estão fora do balanço, como nome do  tomador do empréstimo, risco atribuído a ele, parcelas não pagas e taxas  cobradas. De posse disso, o BC vai conseguir cruzar o risco entre os  créditos acima de R$ 1 mil que estão dentro e fora de balanço, exigindo  de bancos e fundos o mesmo tratamento em termos de provisão. É um  trabalho feito a quatro mãos, unindo Banco Central e Comissão de Valores  Mobiliários. A partir de 2013, o Banco Central também vai exigir que os  bancos reservem capital para as atividades que envolvam crédito fora de  balanço.

Alguns bancos carregam parcelas significativas dos  créditos em fundos ou vendem empréstimos para companhias que não têm  obrigação de prestar informações ao BC. O Cruzeiro do Sul, especializado  em crédito consignado, por exemplo, carrega quase 100% da sua carteira  em fundos de direitos creditórios. São cerca de R$ 8 bilhões.

Diante  da fiscalização mais rigorosa do Banco Central já no ano passado,  bancos como Cruzeiro do Sul, Votorantim e Bicbanco informaram nos  balanço do fim de 2011 que tornaram as provisões para créditos cedidos  mais rigorosas. O resultado foi um salto nas despesas para créditos  duvidosos. No caso do Cruzeiro, essas provisões para fundos de direitos  creditórios somaram R$ 136 milhões, sendo que no ano anterior o balanço  não registrava nenhum gasto para esse tipo de operação. No caso do Bic,  foram cerca de R$ 100 milhões.

O Valor apurou que era bastante  comum os bancos atribuírem nota de risco de crédito diferente para as  operações que estavam dentro e fora de seus balanços. Um cliente que era  tido como mais arriscado dentro da instituição financeira podia receber  uma classificação bem mais amena do fundo. A partir de agora, porém,  essas informações serão cruzadas pelo Banco Central.

Outro recurso  usado era postergar a constituição de reservas para calotes. Se uma  parcela de uma operação de crédito vencesse dentro de um fundo, só se  fazia a provisão daquela parcela vencida e não do que ainda estava por  vencer. Dentro de um banco, isso enseja a necessidade de uma provisão  sobre o valor total do empréstimo.

Além disso, em geral, as  provisões em fundos de direitos creditórios só ocorriam no momento em  que um calote era registrado. Em instituições financeiras, dependendo do  risco do tomador do empréstimo, as reservas são adotadas mesmo quando a  operação está sendo paga em dia.

Além de cruzar as informações  dos créditos que estão dentro e fora do balanço, o Banco Central também  mudou a partir deste ano a forma como os bancos registram o lucro com a  venda de créditos. O resultado não poderá ser reconhecido no ato da  venda se a instituição continuar carregando o risco das operações. Isso  porque o banco continuará responsável por uma eventual inadimplência.

"A  retenção do risco que antes não estava no balanço [dos bancos] é o  grande mote dessa norma", disse Maia. "É fundamental trazer esses dados  para dentro de um ambiente de maior controle e transparência",  acrescentou.

Os bancos que costumam originar novos créditos a  partir do ganho obtido com as cessões de carteiras - movimento conhecido  no jargão de mercado como "pedalada" - terão o desafio de rever esse  modelo de atuação.

O técnico do BC admite também a possibilidade  de instituições pequenas e médias passarem po fusões e aquisições a  partir da implementação das novas regras de contabilização das cessões  de crédito. "É preciso ter resultado saudável para enfrentar os  ajustes", diz.

Fonte: Jornal Valor Econômico e outras mídias na Internet

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