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Pix: BC diz que adesão à modalidade saque e troco ainda é tímida

Segundo dados do Banco Central, em cerca de dois meses, foram 70 mil transações nas modalidades, concentradas no interior.

27/02/2022 09:00

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Pix: BC diz que adesão à modalidade saque e troco ainda é tímida

Pix: BC diz que adesão à modalidade saque e troco ainda é tímida Pexels

O Banco Central (BC) lançou, em novembro do ano passado, as modalidades de saque e troco do Pix, ferramenta de transferência bancária instantânea, mas a adesão está sendo lenta, segundo dados do próprio BC.

O banco anunciou que o Pix Saque e o Pix Troco somam 71,1 mil transações até janeiro, feitas por 43 mil pessoas.

Na modalidade saque, o cliente faz um Pix através de QR Code ou aplicativo, e recebe de volta a quantia em espécie. No troco, o cliente faz um pagamento em um valor maior pelo produto ou serviço que esteja adquirindo, e recebe de volta a diferença em espécie.

Segundo o BC o extrato da transação deve discriminar o valor da compra e o valor sacado na forma de troco.

O Pix Saque é o que ganhou maior adesão, respondendo por 97,7% das 71,1 mil transações registradas. A maior parte aconteceu em municípios interioranos (73%), com destaque para a região Sul.

Adesão Pix saque e troco

Luis Augusto Ildefonso, diretor de relações institucionais da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de shopping), afirma que a novidade ainda não se popularizou entre os empresários representados pela entidade, mas é vista com bons olhos.

"A expectativa é que tenha uma boa adesão com o tempo, especialmente entre os comerciantes menores, que são maioria. É um alívio para eles, porque reduz as idas aos bancos. Quanto mais esvaziar o caixa, menor o risco de assalto, por exemplo. Alivia também para o cliente, que não precisa ir até o banco", diz Ildefonso.

O diretor executivo de inovação, produtos e serviços bancários da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Leandro Vilain, ressalta que o lançamento das soluções de saque e troco do Pix, próximo ao final do ano, pode ter desacelerado a adesão inicial pelo varejo, uma vez que o período é voltado para as vendas das festas, quando empresários evitam implementar inovações tecnológicas.

Ainda assim, a novidade foi vista como positiva tanto para o varejo quanto para o setor bancário, que não teme a redução de público em agências e caixas eletrônicos, onde outros serviços como seguros costumam ser ofertados.

"Diminuir a necessidade de abastecimento de ATMs [caixas eletrônicos] é notícia ótima para os bancos, porque exigem investimentos altos em carro-forte, logística, segurança e trabalho de tesouraria, como contagem de cédulas", diz Vilain.

É cedo também para determinar por que o Pix Saque e Troco foram adotados com mais força no interior e no Sul, diz Vilain, mas fatores como o acesso à tecnologia impactam a adesão.

"Não há um fator único que explique, mas a convergência de vários. O percentual de digitalização da população da cidade, o acesso a redes 4G e o poder aquisitivo para comprar smartphones, por exemplo."

Segundo o BC, os serviços de saque e troco estão disponíveis em mais de 36 mil pontos de atendimento, como estabelecimentos de comércio, caixas eletrônicos e unidades de correspondentes bancários.

Para comerciantes, a possibilidade de retirada de dinheiro pelos clientes através do Pix pode permitir reduzir custos e riscos associados ao dinheiro físico em caixa, como as idas frequentes ao banco para depósito de valores.

Horário de funcionamento Pix saque e troco

Além disso, segundo o BC, espera-se que a oferta dos serviços amplie a circulação de clientes nos pontos de oferecimento, o que poderia aumentar as vendas nestes locais, e estimule a concorrência, uma vez que clientes de fintechs que não possuem caixas eletrônicos também poderão sacar valores através do serviço.

Os estabelecimentos têm a liberdade para definir horários e dias para o funcionamento do Pix Saque e Troco e as quantias máximas a serem sacadas, respeitando-se os limites de R$ 500 durante o dia e R$ 100 entre 20h e 6h.

Os estabelecimentos que oferecem a solução recebem uma tarifa por operação, que pode variar de R$ 0,25 a R$ 1. O valor depende da negociação com a instituição contratada para facilitar o serviço e os repasses são feitos até o 15º dia útil do mês seguinte.

Embora as novidades possam aumentar a segurança nas operações de manutenção e transporte de numerários, seus efeitos sobre a segurança de clientes e comerciantes que optarem por elas ainda não são conhecidos.

O lançamento do método de pagamento instantâneo foi acompanhado de uma série de denúncias de novos golpes envolvendo o recurso. No comércio de rua, empreendedores também reclamam de fraudes e falsas confirmações de pagamento por parte de usuários.

Fonte: com informações da Folha de S.Paulo

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