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Feedback reverso e constante pode evitar onda de demissões

Empresas adotam ferramentas para ouvir insatisfações e buscar soluções antes da ‘debandada’.

20/03/2022 13:00

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Feedback reverso e constante pode evitar onda de demissões; entenda

Feedback reverso e constante pode evitar onda de demissões Pixabay

As ondas de pedidos de demissão desfalcam as empresas que não estão contando com a saída de diversos funcionários de uma vez. Um dos principais motivos para isso acontecer é que gestores muitas vezes não entendem o que passa na cabeça dos colaboradores.  

Em 2021, uma pesquisa global da Microsoft apontou que 41% dos trabalhadores estavam considerando sair do seu emprego dentro de um ano. Entre os motivos, a estafa causada pela pandemia, o sentimento de isolamento e a perda dos laços profissionais estavam no topo da lista. 

Nos Estados Unidos, a questão se confirmou na prática. O Departamento de Trabalho do país informou que 4,53 milhões de pessoas pediram demissão só em novembro de 2021. 

E não foi nenhuma surpresa: poucos meses antes, a empresa de pesquisa de opinião Gallup já havia apontado que, devido ao que batizou de grande renúncia (ou grande debandada), 48% dos trabalhadores americanos estavam procurando emprego ativamente ou de olho em novas oportunidades.

Com o passar do tempo e o novo modelo de trabalho já estabelecido - home office para uns, híbrido para outros -, a insatisfação persiste. 

Segundo a pesquisa “O Futuro do Ambiente de Trabalho no Cenário Pós-Pandemia”, elaborada pela Nespresso Professional, enquanto 99% dos gestores dizem ser necessário investir em ações de bem-estar, 47% dos colaboradores afirmam que as empresas não o fazem, 43% acham as ações superficiais e 62% dizem que são mais teóricas do que práticas.

Quando questionados sobre a liberdade de relatar à empresa esse e outros problemas e dificuldades que enfrentam, 42% dizem que não se sentem à vontade para conversar abertamente com a gestão.

“No levantamento que fizemos, observamos que, no cenário pós-pandemia, o limite entre pessoal e profissional ficou tênue e as más práticas passaram a ser normalizadas”, afirma Bianca Carmignani, líder de RH da Nespresso Brasil. Ela diz que a dificuldade nessa separação resulta em longas jornadas de trabalho e menos momentos de respiro, além do elevado nível de cobrança em busca por produtividade. 

“Os novos modelos híbridos estão exigindo que os líderes gerenciem diferenças e complexidades”, observa. “Com os recursos certos, as pessoas podem ser produtivas e saudáveis de qualquer lugar, o que acarreta uma segurança maior por parte do funcionário e ao mesmo tempo gera um ciclo de retenção de talentos por parte das empresas.”

Escuta ativa, encontros um a um 

Apesar de vivermos novos tempos, o ambiente de trabalho frustra as pessoas sempre pelos mesmos motivos, de acordo com o CEO e cofundador da plataforma Feedz, focada em engajamento e desempenho dos colaboradores,Bruno Soares.

Ele fala que a má relação com líderes e a falta de entendimento sobre a cultura da empresa costumam ser as principais dores. 

“As pessoas muitas vezes não entendem qual é o objetivo do time e até da empresa”, afirma. 

Apesar de existir um turnover natural por falta de casamento entre colaborador e empresa, ele explica que é importante a gestão ter um olhar cuidadoso para as frustrações que causam os pedidos de demissão. E esse olhar não pode acontecer apenas quando o jogo acaba, mas ao longo da jornada do profissional dentro da organização.

Segundo Soares, as empresas precisam ficar atentas a três pontos para evitar que a insatisfação dos colaboradores se torne uma bola de neve. 

O primeiro é estabelecer um alinhamento claro de objetivos e expectativas. “Por que aquele caminho faz sentido? O objetivo de crescimento, tanto da empresa quanto do profissional, tem que ser claro e transparente”, explica. 

O segundo ponto é a escuta ativa - os colaboradores precisam ser ouvidos, a empresa tem que saber o que passa pela cabeça das pessoas. 

“Pode ser uma plataforma, um canal de ouvidoria. Mas é importante que os colaboradores possam falar de forma anônima sobre o que está havendo, estresse ou problemas relacionais”, sublinha. 

Por fim, as reuniões individuais (one-on-one) entre liderados e líderes são obrigatórias. “Em empresas que adotam essa relação mensalmente, as equipes são três vezes mais satisfeitas”, ele aponta.

Fonte: com informações do Estadão

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