Para tentar encerrar a greve dos servidores do Banco Central (BC), o governo aprovou um aumento de 5% na folha salarial de todos os servidores federais a partir de julho deste ano.
O reajuste teria um impacto de aproximadamente R$6 bilhões neste ano, ultrapassando em R$1,7 bi acima do previsto no orçamento para reajustes salariais.
Com a proposta, a equipe econômica do governo avalia retirar de outras áreas para conseguir viabilizar a medida, transferindo para reajuste salarial verbas previstas de outros setores do governo federal.
O percentual proposto corrige a defasagem inflacionária, por isso a concessão não seria um problema na Lei Eleitoral, que proíbe a concessão de certos benefícios no período de seis meses antes do primeiro turno eleitoral.
Greve continua
O governo enfrenta greve e paralisações em diversos segmentos do funcionalismo público, como dos servidores do BC, que estão afastados desde o dia primeiro de abril.
A categoria solicita reajuste salarial de 26,6% e reestruturação das carreiras internas. Por isso, a proposta de aumento de apenas 5% foi considerada insuficiente, mas abre portas para novas negociações.
“O reajuste de 5% é muito pequeno diante da inflação acumulada no governo Jair Bolsonaro já ser superior a 20%. Se concretizada, essa proposta pode significar o início de negociação, mas, para nós, é insuficiente”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fabio Faiad.
Auditores da Receita Federal também aprovaram paralisação em dezembro, funcionários do INSS suspenderam atividades em março e servidores do Tesouro Nacional também fizeram paralisações pontuais.