As concessões de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tiveram seu prazo médio de aprovação elevado em quase três vezes na última década.
Em janeiro de 2012, o tempo médio para conseguir uma aprovação era de 30 dias. Em fevereiro deste ano, segundo informações do governo federal, a espera marcou cerca de 82 dias.
São cerca de 1,4 milhão de contribuintes com pedidos em processo de análise, sendo que 1,1 milhão - a maior parte - estão com estas solicitações pendentes há mais de 45 dias.
De acordo com especialistas ouvidos pelo UOL Economia, o aumento do tempo de espera é causado pela falta de funcionários, que não conseguem suprir a demanda, que foi agravada pela pandemia de Covid-19.
Entre janeiro de 2012 e setembro de 2015, demorava cerca de 40 dias para receber a aprovação de algum benefício do instituto. Desde outubro, o intervalo de tempo foi crescendo até ultrapassar os 100 dias em janeiro e abril de 2021.
Por outro lado, a quantidade de benefícios autorizados por mês se manteve estável: em fevereiro de 2022, foram 377,5 mil aprovações. Em 2012, 364,6 mil.
A maior diferença segue na quantidade de servidores nestes períodos. Em 2012, o INSS possuía 37.980 funcionários, já em 2020, eram apenas 20.555, apresentando uma redução de quase 46% em oito anos.
Em vista da demora e insatisfação dos contribuintes, o INSS firmou um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) em 2020, se comprometendo a reduzir o tempo de análise e concessão de benefícios.
A medida, no entanto, ainda não surtiu efeito e o tempo de espera só aumentou até agora.
Com informações UOL Economia