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Importância da informação contábil na gestão das entidades

11/10/2008 00:00

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Importância da informação contábil na gestão das entidades

A Contabilidade nasceu como uma ferramenta de gestão. No final do século XV, o Tractus (de Frá Luca Pacioli), que é a obra reconhecida como marco inicial da Contabilidade, era dirigido aos comerciantes da época e apregoado como um método de controle dos negócios.

Atualmente, para grande parte das pessoas, contabilidade está associada à tributação e às leis que regem as sociedades e o comércio. Prevalece a idéia de que contabilidade seja, acima de tudo, uma obrigação legal e não se tem a sensibilidade de ela existir pela necessidade de se manter um sistema formal e universal de controle do patrimônio.

Sem dúvida, há uma grande utilização da informação contábil pelos órgãos responsáveis pela tributação nas esferas Federal, Estadual e Municipal. A legislação comercial, o Código Civil e a Lei das S.A. se preocupam com a qualidade e o formato das demonstrações contábeis. A legislação e as normas exigem que as entidades mantenham escrituração contábil, definem o conteúdo mínimo das demonstrações contábeis, seus formatos, periodicidade, critérios de avaliação etc.

A contabilidade legalmente regulamentada e formatada é importante para a tributação, para a tomada de decisões por investimentos, concessões de crédito, participação em concorrências públicas, parcerias em negócios etc. Todavia, não é suficiente para a gestão e o controle internos das entidades.

As demonstrações contábeis possuem finalidades externas à entidade. O Fisco, os acionistas minoritários, bancos, fornecedores e outros são usuários externos das informações contábeis e por isso as recebem de forma padronizada, prevista em lei e demais atos, uniformemente produzidas dentro de padrões mínimos de procedimentos e de qualidade, de modo que possam ser analisadas e interpretadas com um mínimo de segurança.

A informação contábil voltada para os usuários internos à entidade, que participam diretamente de suas atividades e de sua gestão, não é engessada por leis comerciais, societárias ou fiscais. É bastante flexível e deve ter capacidade para atender desde necessidades macros até as mais específicas.

Por exemplo, o controle de estoque é exigido pela legislação Fiscal. Todavia, o controle de itens estocados e o melhor aproveitamento do giro desses estoques são a sua finalidade principal. Para atendimento do Fisco, utiliza-se o custeio por absorção, mas para controle interno e a análise adequada dos processos de produção e de suas diversas etapas, o custeio por atividades e o custeio direto são ferramentas muito mais úteis e eficientes. O mau dimensionamento de compras e da produção pode acarretar lentidão na geração de receita e de caixa e levar a dificuldades financeiras e a prejuízos. Compras e produção devem ser realizadas para gerar vendas e não para ficarem paradas nos estoques.

A Lei das S.A. prevê a elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa, que é preparada a partir de fatos consumados e serve de ponto de partida para as projeções. É muito comum pequenos e médios empresários perguntarem onde está o lucro, já que eles não vêm a cor do dinheiro. A DFC faz exatamente isso: concilia o lucro com a variação do caixa.

O acompanhamento sistemático e periódico das projeções e expectativas de entradas e de saídas de caixa e o respectivo confronto com o caixa realizado é um procedimento que não é exigido por nenhuma lei oficial, mas indispensável à manutenção da saúde financeira das entidades e a manutenção de um bom relacionamento com clientes, fornecedores, instituições financeiras etc.

Orçamentos são exigências legais para as entidades públicas, todavia a elaboração de planejamento plurianuais e acompanhamento da execução dos orçamentos são imprescindíveis para que as entidades privadas possam estabelecer suas metas, rever seus processos e expandir suas atividades. Normalmente, os orçamentos partem de dados contábeis que são ponderados com dados conjunturais, expectativas de mercado, objetivos e políticas internos e estimam lucro, receitas e despesas para períodos futuros. Ou seja, são balanços projetados.

Esses são apenas alguns exemplos do quanto a informação contábil é importante no dia a dia das empresas. É claro que para se ter um nível de informação adequado, consistente e confiável, é preciso algum investimento tanto em bons profissionais quanto em equipamentos e sistemas de informação. Todavia se engana aquele que acha que tudo isso é importante apenas nas grandes empresas.

Até mesmo o planejamento e a organização de finanças pessoais toma-se por base dados contábeis (lembre-se de que seu extrato bancário faz parte da contabilidade do banco) o que dizer então de pequenos negócios que desejam vir a se tornar grandes um dia.

A amplitude de preços de programas e de sistemas de gestão é muito grande. Para alguns uma planilha de cálculo ou um simples software de prateleira de baixo custo pode ser a solução, para outros poderá ser necessário algum investimento maior. O que não é aceitável, nos dias de hoje, é dar espaço para a desorganização, a falta de informações e de controle, pois aliado a esses fatores estão grandes dificuldades que podem ser evitadas num ambiente empresarial organizado.

Fonte: Sescon/SC

Enviado por: Wilson Fortunato

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