O indicador risco Brasil, conhecido por medir a capacidade do país de pagar suas dívidas, sofreu uma piora e retornou ao patamar vivido durante o começo da pandemia de Covid-19, nos primeiros meses de 2020.
Os dados são da pesquisa da S&P Global Market Intelligence, que acompanha os contratos com prazo de cinco anos do chamado Credit Default Swap (CDS).
O CDS é como se fosse um seguro contra um calote de dívida, então se o número de contratos aumenta, o risco do país sobe.
O país atingiu os 300 pontos pela última vez em 16 de março de 2020, segundo a consultoria, devido à incerteza ao redor do mundo sobre os impactos financeiros da pandemia, aumentando o temor de calotes.
O indicador, naquele período, chegou a 379 pontos e depois iniciou uma tendência de queda, após três meses em alta.
Já no dia 30 de maio deste ano, o risco Brasil começou a subir mais uma vez e atingiu novamente os 300 pontos nesta terça-feira (28).
O aumento é justificado devido aos cenários internos e externos desfavoráveis. Em um âmbito mundial, investidores estão apostando em uma desaceleração econômica global e uma possível recessão, já que as grandes economias estão iniciando um ciclo de altas nos juros para lidar com os índices recordes de inflação.
Outro fator que segue impactando o índice é a guerra entre Rússia e Ucrânia, aliado à queda na atividade econômica na China, causada por novos surtos de Covid-19.
No cenário nacional, o risco fiscal voltou a ser preocupação para os investidores, devido às medidas do governo para aliviar o aumento dos combustíveis com a PEC dos Combustíveis, podendo prejudicar a dívida pública.