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WI-FI DO FUTURO

Como será o WI-FI do futuro?

O sistema de conexão sem fio surgiu no mercado em 1997.

29/07/2022 12:00

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Futuro do WI-FI: como será?

Como será o WI-FI do futuro? Pexels

Já escutou a famosa frase: “você pode me dar a senha do WI-FI?”. Se não, você vive literalmente desconectado.

O Wi-Fi, WiFi ou até mesmo wifi, há várias formas que o nome é escrito, surgiu no mercado no ano de 1997. Ele baseia-se em um sistema de conexão sem fio, dentro de uma determinada área, entre dispositivos eletrônicos para acessar a internet.

A mãe do WI-FI

Sim, existe uma criadora por trás desse instrumento essencial nos dias de hoje. 

O nome dela é Hedy Lamarr, uma atriz de Hollywood dos anos 1940. 

O início de tudo se deu durante a Segunda Guerra Mundial, quando Hedy e um também inventor, George Antheil, criaram um aparelho de interferência de rádio que servia para impedir que fossem detectados pelo inimigo e uma tecnologia de espectro alargado por salto de frequência que acabou dando origem ao primeiro padrão de conexão WI-FIi, o IEEE 802.11, no ano de 1997.

O WI-FI é baseado no IEEE 802.11, um grupo de protocolos sem fio criado pelo Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos, associação mundial dedicada à padronização e desenvolvimento em áreas técnicas.

Sociedade conectada

Ao longo dos anos, o WI-FI impactou fortemente na forma como as sociedades se conectam.

“O maior impacto do WI-FI foi o acesso equitativo à internet. Imagine se o mundo tivesse se desenvolvido apenas com telefones celulares ou satélite. Só os ricos poderiam pagar", explica o diretor do Centro de Comunicações Sem Fio da Universidade de San Diego (USD), nos Estados Unidos, Sujit Dey.

O WI-FI é acessível pois é baseado em um espectro sem licença, ou seja, Dey explica que, ninguém o controla, mas também significa que a qualidade do serviço, em alguns momentos, é ruim, mas por ser algo sem limites, desde que o usuário tenha as redes a cabo, parte do WI-FIi é gratuita, democratizando o acesso.

“Sem WI-FI, milhões e milhões de pessoas não teriam nenhum tipo de acesso à internet", diz o diretor.

No entanto, o WI-FI também gera um efeito econômico.

“São vários bilhões de dólares por ano. É um impacto fenomenal. É enorme o impacto da conectividade na vida das pessoas”, revela Dorothy Stanley, da Associação de Padrões do IEEE SA.

De acordo com estimativas da organização sem fins lucrativos, Wi-Fi Alliance, dona da marca WI-FI, ao longo do ano de 2022, quase 18 bilhões de dispositivos habilitados estarão em uso.

Segundo um estudo, o valor econômico global do WI-FI é estimado em US$3,3 trilhões em 2021. Já no ano de 2025, espera-se que esse valor atinja US$4,9 trilhões, convertendo para reais, R$26,1 trilhões.

O WI-FI também elevou as condições por conexões mais eficientes, seguras e confiáveis, em situações híbridas ou de trabalho remoto, de sistemas complexos de conectividade em casa e nas empresas, e da internet das coisas.

Em um mundo cada vez mais conectado, ainda resta saber: qual será o futuro da conectividade? O que virá depois do WI-FI?

Progresso

Embora o WI-FI tenha se tornado onipresente no mundo desenvolvido nas últimas décadas, ainda existem muitos lugares do planeta sem essa tecnologia e sem acesso à internet.

Isso pode ser mostrado por um estudo realizado em 2021 pelo Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Microsoft, estimando que 244 milhões de pessoas na América Latina, ou um terço da população, não têm acesso à internet.

Mas, depois da pandemia da Covid-19, a conectividade acabou ganhando impulso. Muitas novidades tecnológicas por parte do governo e organizações ajudaram a levar conectividade a áreas remotas.

“O WI-FI não é a solução para tudo, mas é uma parte importante da solução geral”, diz Stanley.

A Cidade do México recebeu, em 2021, o Recorde Mundial do Guinness como a cidade mais conectada do mundo, com 21,5 mil pontos gratuitos de internet.

Desde o lançamento do WI-FI, os padrões ampliaram continuamente, melhorando a velocidade, adicionando tecnologias e um novo nome de identificação, mas ainda não está amplamente disponível no mercado.

Os engenheiros já estão trabalhando na próxima etapa, o 802.11be ou Wi-Fi 7, com recursos aprimorados que prometem ser “um marco importante”, conforme relatório do grupo de trabalho de junho de 2022.

“Ainda não encontramos limites, e a projeção é que haverá um crescimento de dez vezes na demanda por fontes WI-FI nos próximos dez anos”, comenta Stanley.

Ela revela que o objetivo é focar em maior alcance, desempenho e continuar a compatibilidade com versões anteriores, porque assim as pessoas usam seus dispositivos que compraram anteriormente.

Os avanços no WI-FI não serviram apenas para melhorar a velocidade, como também permitiu que vários dispositivos se conectem ao mesmo tempo e mantenham essa velocidade.

“Mais pessoas querem usar vários tipos de dispositivos. Não é apenas o telefone, é o relógio, óculos, etc. Haverá cada vez mais dispositivos conectados. Por isso, o WI-FI continua se atualizando", diz Dey.

Alternativas ao WI-FI

Apesar do WI-FI ainda ter muito espaço para crescer e ainda ser a tecnologia mais estável para conectividade, existem algumas alternativas que podem complementá-lo, como também substituí-lo no futuro.

“O 5G está chegando à maioria dos países da Europa, Estados Unidos e América Latina. O problema é que a maioria das implantações de 5G foi baseada em 4G. Portanto, levará alguns anos para haver uma verdadeira implementação de 5G”, diz Sujit Dey.

Dey comenta que muitas pessoas em diferentes demografias não conseguem um plano 5G, então o WI-FI acaba se tornando uma alternativa mais barata.

Para quem não sabe, existe também a possibilidade de transmissão de dados através da luz. O professor de Comunicações Móveis, Harald Haas, nomeou essa tecnologia como Li-Fi em 2011, a qual usa luzes de LED para transmitir dados.

O Li-Fi pode fornecer acesso à internet cem vezes mais rápido que o WI-FI tradicional, com velocidade de até 1 gigabit por segundo (Gbps).

Comparando as duas tecnologias, a desvantagem dos roteadores WI-FI tradicionais é que diversos dispositivos no mesmo espaço podem interferir uns nos outros, enquanto que o Li-Fi pode usar várias luzes em uma residência sem interferência, diz seu criador.

Para Dey, esse tipo de tecnologia é muito eficaz para ambientes internos, porém exige um custo adicional de infraestrutura. Por esse motivo, torna-se uma alternativa cara.

"Imagine um escritório onde você tem que colocar os refletores certos. Existem algumas vantagens em termos de velocidade e nível de conectividade, mas há as desvantagens de exigir nova infraestrutura em termos gerais", diz.

Há também a conectividade com satélites, tal como a empresa Starlink, do bilionário Elon Musk.

A companhia oferece serviço de internet de banda larga via satélite de alta velocidade em locais remotos e rurais por um plano mensal de US$110 (R$585) com um custo único de equipamentos de US$599 (R$3,2 mil).

"O Starlink é uma adição inovadora ao nosso portfólio de conectividade. Acho que ela tem o potencial de aumentar a implantação de satélites existentes e tornar essa tecnologia talvez mais acessível e difundida", diz Stanley.

Todavia, a comunicação via satélite tem uma latência alta, ou seja, o atraso é maior que o do WI-FI ou do celular.

"Para mitigar esse problema, algumas empresas têm satélites de órbita mais baixa e têm menos problemas de atraso. Agora, eles estão tentando integrar satélite e WI-FIi", diz Dey.

"Se essa integração for bem-sucedida nos próximos anos, não serão apenas poucas pessoas que poderão fazer as coisas remotamente. Muitas pessoas conseguirão também, porque haverá conectividade WI-FI", ressalta.

Além disso, Dey também destaca o projeto do Google com balões e os de outras empresas com drones.

Ele comenta que será possível acessar áreas onde não existe fibra ótica, especialmente em países subdesenvolvidos que visam se tornar mais desenvolvidos.

“Não existe uma tecnologia que abranja tudo. Há tanta demanda por conectividade que precisamos pegar todas as peças, juntar os produtos e trazê-los ao mercado para atender às necessidades das pessoas em todos os lugares", diz Stanley.

Por fim, Dey acredita que a conectividade mudará completamente nos próximos dez a 20 anos.

“A conectividade deve ser um direito inato nesta incursão na era moderna. Não podemos fazer nada de forma construtiva sem conectividade”, conclui.

Com informações da BBC News Brasil

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