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O coração da empresa bate na gerência

Cargo exige que profissionais assumam gestão, motivação e o equilíbrio da equipe. Eles ainda devem implantar a política da companhia

05/04/2012 21:05

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O coração da empresa bate na gerência

SÃO PAULO - Dedicação, comprometimento e visão do futuro. Essas são as características que as empresas consideram determinantes no momento de escolher um gerente. A função, que pode não ter o glamour do cargo de direção, é essencial para o bom andamento de uma companhia. 

Especialistas a apontam como o coração da organização. "O gerente é o responsável por identificar o potencial de cada funcionário do departamento e conseguir extrair toda a sua capacidade produtiva. Além, é claro, de formar novos líderes", comenta a vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Elaine Saad.

O Grupo JBS avalia constantemente seus funcionários para fazer promoções internas e evitar contratações externas para um cargo de comando. "É uma forma de manter a equipe motivada e valorizar os profissionais que dão duro pela empresa", comenta a gerente de recursos humanos, Alina Paiva, de 29 anos, há dois anos no cargo. Antes de assumir a gerência, ela passou por quatro Estados diferentes, até se fixar em São Paulo.

Alina é responsável pelo setor do grupo que concentra as fábricas ligadas à higiene e limpeza, braço da empresa que conta com 2,5 mil funcionários. Chegar à gerência, segundo ela, foi um processo tranquilo. "Passei direto do cargo de analista para o de gerente sem assumir a coordenadoria, que é uma função intermediária na empresa", gaba-se.

Para ela, a tarefa mais importante do cargo é estar sempre antenada para ver o que os concorrentes estão fazendo e não ficar para traz. "A dedicação é muito importante para conquistar o seu espaço. Você precisa colocar na cabeça o que é a sua área de atuação e dar o melhor de si."

Outra que conseguiu a promoção de "forma natural", como ela mesma conta, foi a gerente de operações clínicas de uma indústria farmacêutica, Cátia Campos, de 36 anos. Há dois anos e meio no cargo, e há quatro na empresa, Cátia passou antes por outra empresa onde sentiu que a ascensão profissional era "engessada". "Aqui, o reconhecimento é constante. Da mesma forma que cabe a mim avaliar os profissionais que merecem promoção, também sou avaliada", diz.

Responsável pelas operações da empresa na América Latina, Cátia ainda não se sente realizada. Quer chegar à representação dos Estados Unidos e Canadá. "Estou feliz por ter chegado até aqui, mas não quero parar. A gerência das Américas ou um cargo de direção são minhas próximas aspirações", sinaliza.

Engana-se quem pensa que para assumir um cargo de gerência é preciso ter amplo domínio técnico. Levantamento feito pela Catho Online com 210.500 entrevistados de 3.700 cidades apontou que 26.95% dos gerentes têm apenas nível superior.

Para Elaine, da ABRH, mais do que a visão técnica, o bom gerente deve ter o dom de conhecer e gerir pessoas. "Não adianta assumir um cargo desse e implantar somente as suas ideias. É preciso trabalhar com o limite e com o perfil de cada funcionário", diz. E acrescenta: "Você não consegue convencer e atrair a atenção do outro se focar a atuação em aspectos importantes apenas para você", conta.

A opinião dela é compartilhada por Augusto Puliti, diretor da Michael Page. "Normalmente, um funcionário que chega à gerência, passa antes pelo cargo de analista, que exige alto conhecimento técnico. Por isso, ele precisa aprender que a transição do conhecimento específico para o de gestão é necessário para atingir um bom desempenho", diz.

E os aspectos que precisam ser avaliados são inúmeros. "O gerente precisa identificar, por exemplo, o que motiva cada integrante da sua equipe. Tem aquele que anseia por uma promoção, outro que ficaria feliz se ganhasse um aumento salarial e aquele que simplesmente precisa de reconhecimento", diz.

Para o diretor-geral da Business, Luis Saverio, o gerente precisa desenvolver um conjunto de competências para garantir uma boa atuação e, quem sabe, o cargo de direção. "Ele precisa estar alinhado à cultura da empresa, ter visão estratégica do negócio, flexibilidade e, principalmente, ter a capacidade de desenvolver pessoas."

Saverio ressalta que o maior gargalo das empresas é não formar gerentes e líderes. "É preciso preparar profissionais para assumir o comando antes de promover alguém."

Líder é admirado por seu carisma e competência

Para os especialistas, uma pessoa pode se tornar um grande líder. Mas muitas das qualidades admiradas de um profissional que está no comando são genéticas. "Ele pode buscar aperfeiçoamento na forma de gerir pessoas ou até mesmo aprimorar seu conhecimento técnico na área, mas ele gosta de comandar, de ouvir e de ajudar as pessoas", diz a vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Elaine Saad.

O diretor da Michael Page, Augusto Puliti, acredita que existem várias formas de liderar. Algumas podem estar atreladas à personalidade e outras podem ser desenvolvidas. "Um líder é admirado pelo seu carisma, conhecimento ou competência. Mas é essencial que ele saiba respeitar a individualidade humana e ressalte o que cada um tem de melhor", comenta.

Para o diretor-geral da Business, Luis Saverio, é possível estimular a liderança com especializações e MBA ou, até mesmo, com um "mentor" na empresa. "Mas há características particulares que tornam alguém um líder. E isso ninguém tira dele."

Fonte: Estadão

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