x

GOLPES

Golpes bancários devem gerar prejuízos de R$ 2,5 bilhões em 2022

Empresas e entidades estão se mobilizando para monitorar os golpes mais comuns e propor mudanças ao Banco Central.

08/08/2022 11:15

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
Golpes bancários alcançam R$1,7 bilhões até junho de 2022

Golpes bancários devem gerar prejuízos de R$ 2,5 bilhões em 2022 Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Os golpes voltados aos sistemas financeiros nacionais estão crescendo e devem atingir, ainda neste ano, a marca de R$2,5 bilhões.

Dessa estimativa, cerca de R$1,8 bilhão (mais de 70%) pode ter a ver com o Pix, sistema de transferência instantânea do Banco Central (BC).

O levantamento dos bancos sobre os golpes até o final do ano, obtido exclusivamente pelo Estadão, considera os dados obtidos até junho, período em que as fraudes já somavam R$1,7 bilhão, sendo R$900 milhões por meio do Pix.

Fontes do sistema financeiro afirmam que esse número, no entanto, pode estar subestimado, uma vez que nem todos os golpes são reportados aos bancos pelos clientes. Oficialmente, não existe um número consolidado, mas, com o aumento da digitalização das operações durante a pandemia, a estimativa é de que as fraudes tenham triplicado em dois anos.

Empresas monitoram golpes

De acordo com uma pesquisa feita pela Serasa Experian, em maio do ano passado, 331,2 mil brasileiros já haviam sido vítimas de alguma fraude, sendo que 53,3% foram feitas a partir de contas bancárias ou cartões de crédito.

O braço antifraude do serviço de monitoramento de crédito Boa Vista, a Konduto, também identificou a gravidade do problema: apenas de janeiro a abril deste ano, foram cerca de 9 milhões de tentativas de fraude no comércio relacionadas à clonagem de cartões de crédito e a roubo de dados pessoais. 

Só em abril foram 2 milhões de ocorrências, alta de 117% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Além do roubo de dados por hackers, outro tipo de crime que tem crescido no país é a fraude classificada como “engenharia social”, que consiste na manipulação psicológica do usuário para que ele forneça informações confidenciais, como senhas de cartões e de contas. 

Levantamento recente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) apontou uma alta de 165% nesse tipo de golpe desde o início da pandemia. Neste ano, 1 em cada 3 brasileiros sofreu uma tentativa de golpe desse tipo, aponta a associação.

As fraudes financeiras são um problema global que parece, comparativamente, mais grave no Brasil. Em um estudo de fevereiro de 2022, a IBM revelou que 31% dos brasileiros afirmaram ter sofrido algum tipo de golpe relacionado a cartões de crédito no ano anterior. Na Alemanha, por exemplo, esse número foi de 7% e, nos EUA, de 18%.

Grupo avalia melhorias em segurança

Diretor de relações institucionais do Nubank, Bruno Magrani conta que foi formado um grupo para discutir melhorias em segurança com o Banco Central. 

Fazem parte desse grupo Zetta, Febraban,Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), Associação Brasileira de Internet (Abranet) e Associação Brasileira de Bancos (ABBC).

Uma das ideias discutidas hoje é o bloqueio em cascata de contas em ataque. 

“Uma das características de criminosos é movimentar dinheiro de maneira muito rápida entre várias contas. O processo atual para bloquear uma conta vítima de golpe é muito demorado. A nossa ideia é poder bloquear de uma só vez contas que fazem o caminho do dinheiro por diferentes instituições financeiras”, conta Magrani.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já sinalizou preocupação sobre o tema das fraudes. Em audiência na Câmara dos Deputados, ele falou sobre o trabalho de coibir as “contas laranjas”, abertas com documentos de outras pessoas, sem autorização. Trata-se de uma tentativa de melhorar o rastreamento do dinheiro roubado.

Com informações Estadão Conteúdo

Leia mais sobre

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.