O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (18) que com a tributação de lucros e dividendos de grandes empresas será possível adotar ações que gerem um impacto direto de redução dos impostos para a população de menor renda do país.
"[A Reforma Tributária] já foi aprovada na Câmara, falta o Senado. Quem sabe com o presidente [Jair Bolsonaro] sendo eleito, a gente faz isso este ano", afirmou o ministro, durante evento do BTG Pactual, em São Paulo.
Guedes disse também que "quem dá o ‘timing´ das reformas é a política", acrescentando que, no momento em que a inflação começou a subir, o governo trabalhou pela independência do Banco Central (BC), e pela lei das falências, quando as empresas indicavam que passariam por um período de maior dificuldade.
"Na [Reforma] Tributária perdemos, ela passou", reconheceu o ministro. Ele afirmou que o aumento da arrecadação foi utilizado pelo governo para promover redução de impostos indiretos, citando o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) .
"Nunca perdemos o norte. No meio da confusão, é importante não perder a bússola."
Redução de impostos
O ministro voltou a afirmar que pretende zerar o IPI, que, segundo ele, é o "imposto da desindustrialização em massa no Brasil".
Guedes disse ainda que o Brasil pode ser um dos grandes beneficiados pela reconfiguração das cadeias produtivas em curso nas economias dos países desenvolvidos, na esteira da pandemia e da Guerra da Ucrânia.
A postura amigável com a maior parte das grandes economias, bem como a proximidade geográfica, torna o país um parceiro em potencial, afirmou o ministro, acrescentando que, com o leilão dos aeroportos nesta quinta, o Brasil já tem comprometido um volume ao redor de R$ 900 bilhões em investimentos por parte do setor privado nos próximos dez anos.
"Estamos super bem posicionados. Só depende de nós. Basta não fazer besteira. Isso tem a ver com o voto", afirmou o ministro.
Guedes disse também que, se não fosse pela "barulheira" provocada pela volatilidade política por conta das eleições, o real deveria estar bem mais valorizado em relação ao patamar atual — a moeda americana encerrou a sessão desta quinta cotado a R$ 5,17.
Fonte: Folha de S. Paulo