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SUPERAPOSENTADORIAS

BB: associação de funcionários pede a Guedes que barre aposentadorias de até R$ 70 mil

Ofício enviado ao ministro da Economia afirma que há a prática de “superaposentadorias” na empresa estatal.

20/08/2022 11:00

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Banco do Brasil tem

BB: associação de funcionários pede a Guedes que barre aposentadorias de até R$ 70 mil Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na última quarta-feira (17), a Associação Nacional de Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) encaminhou um ofício ao atual ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando que há a prática de “superaposentadorias” na empresa estatal.

A associação pede que a Previ, fundo de pensão brasileiro que gerencia a previdência complementar dos funcionários do banco, cancele uma parte de seu regulamento, na qual abre exceções que permitem que o teto das aposentadorias seja ultrapassado.

De acordo com a regra, o teto de R$45 mil pode ser burlado por aqueles que já conseguiram a aposentadoria ou que não estão em vias de conseguir, valendo apenas para os futuros aposentados.

Segundo o presidente da ANABB, Augusto Carvalho, o presidente da estatal ganha R$ 70 mil e o vice-presidente R$ 60 mil, além de diretores e dirigentes executivos.

Carvalho conta que são centenas de pessoas que já se beneficiaram ou estão para se beneficiar.

Como beneficiário que burla o teto, o presidente da associação citou o ex-presidente do BB Alberto Bendine, que também comandou a Petrobras.

Vale lembrar que Bendine chegou a ser preso no âmbito da Operação Lava Jato acusado de receber propina da construtora Odebrecht (atual Novonor).

“Ele que não quis implantar o teto, foi na gestão dele que não houve a implantação. Estranhamento todos os órgãos tinham aprovado”, afirmou Carvalho.

O drible ao teto acontece em meio à movimentação de reajuste dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os ministros enviaram ao Congresso uma proposta de aumento de 18% dos próprios salários, o que eleva de R$ 39 mil para R$ 46 mil o valor recebido mensalmente pelos magistrados.

O aumento provocará o chamado “efeito cascata”, elevando também os vencimentos de desembargadores e juízes, além de motivar reajustes da Câmara e do Senado.

“Nas estatais há descaminhos também para burlar normas que visam fazer justiça salarial e justiça previdenciária”, comentou Carvalho.

A associação reclama, no ofício enviado à Guedes, que, embora tenha sido instituído teto de salário de participação, a política das superaposentadorias continua no BB, em função da exceção criada no regulamento da Previ.

Conforme as regras da Previ, que foram aprovadas neste mês de agosto, o limite “não se aplica aos participantes que, na data de aprovação deste regulamento, possuam salário-de-participação superior àquele limite, sendo-lhes assegurada sua preservação, nos termos deste regulamento”.

Integrantes da ANABB se reuniram na última quarta-feira (17) com membros do Ministério da Economia, que disseram que vão analisar a solicitação.

“O teto hoje do maior salário do funcionário do Banco do Brasil gira em torno de R$ 45 mil, funcionário celetista”, observou Carvalho.

“O banco teria de criar um fundo de pensão, um outro plano específico, já que ele queria pagar bem os seus executivos, não somos contra, se quer pagar uma boa aposentadoria, também não somos contra. Porém, tem que fazer a coisa certa”, conclui.

Com informações do Estadão

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