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Governança corporativa tem papel estratégico no atual momento das startups

Não basta mostrar certificações de compliance, é preciso deixar claro como isso é aplicado nas suas demonstrações financeiras.

23/08/2022 17:30

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Governança corporativa tem papel estratégico no atual momento das startups

Governança corporativa tem papel estratégico no atual momento das startups Pexels

As startups passam por um momento desafiador. Ao mesmo tempo em que viram desaparecer a ampla liquidez de recursos dos últimos anos para investimentos diante do cenário econômico mundial, elas vêm sendo questionadas sobre os retornos gerados.

“Nesse contexto, a adoção de práticas de governança corporativa ganha um papel ainda mais estratégico”, avalia a head do Jurídico e Compliance do Accountfy, plataforma SaaS que facilita a gestão financeira das empresas, Fabíola dos Santos.

Uma pesquisa elaborada pela Better Governance, consultoria especializada na área, no entanto, revela que 82,1% das startups e scale-ups brasileiras ainda estão nos estágios iniciais em governança.

Foram avaliadas 148 empresas, 16% delas fintechs, considerando quatro etapas de maturidade: básico, em desenvolvimento, desenvolvido e avançado. Entre os negócios consultados, 39,8% estão no básico; 42,3%, em desenvolvimento; e 15,5% já estão desenvolvidos. Para a consultoria, as fases “básico” e “em desenvolvimento” são consideradas estágios iniciais.

E um dado que chama muita atenção é que 64% se autodeclaram nas fases mais avançadas, apesar de pouco mais de 2% se encontrarem de fato nesse patamar.

“Essa discrepância de visões - entre a autodeclaração e a avaliação externa - pode indicar que algumas empresas supervalorizam suas práticas internas e que muitas acreditam estar implementando medidas de governança efetivas quando na realidade apenas trabalham nas demandas mais óbvias e aparentes”, avalia Fabíola.

No âmbito ESG e cultura, o estudo mostra ainda que mais de 40% se encontram nas fases iniciais. Apesar da maior parte do desenvolvimento estar atrelada à formalização de atos societários, estatutos e contratos sociais, a implantação dessas práticas ainda não apresenta resultados satisfatórios.

“Para atingir um nível de maturidade significativo, a empresa deve compreender o conceito da governança corporativa e aplicá-la como um todo. Somente assinar um termo de responsabilidade ESG não torna uma empresa sustentável, por exemplo. É necessário engajamento e compromisso, principalmente da alta administração, para se criar uma agenda com ações efetivas e que sejam objeto de revisão contínua”, diz a head.

Além disso, na avaliação por competências, segundo a Better Governance, “divulgação e transparência” é um dos quesitos menos evoluídos, com mais de 60% das empresas no nível básico. Isso significa que há práticas de gestão de informação, assim como suas ferramentas, a serem aprimoradas pelas startups.

Nesse sentido, Fabíola afirma que, ao falarmos de demonstrações de resultados e prestação de contas pelos administradores, a conformidade dos dados é essencial para que as startups reforcem seu compromisso com a transparência e tenham mais chances de receber investimentos. Em resumo, hoje, não basta mostrar certificações de compliance, é preciso deixar claro como isso é aplicado nas suas demonstrações financeiras.

Para isso, é crucial que as empresas em fase de busca de capital não corram o risco de apresentar inconsistência de informações. Isso torna cada vez mais necessário o uso de ferramentas que padronizem e auxiliem na elaboração e divulgação desses resultados, reduzindo as chances de erros.

De acordo com a Better Governance, os resultados salientam a falta de conscientização em relação à necessidade de aprofundamento, entendimento e implementação de boas práticas de governança por parte dessas empresas. “A boa notícia é que, para a consultoria, esse cenário cria oportunidades para construção de planos de ação adequados para cada fase de maturidade – tarefa que pode ser executada com maior agilidade e precisão do ponto de vista contábil com o apoio de plataformas de gestão financeira”, conclui a head.

Fonte: Tamer Comunicação

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