Um dos principais desafios enfrentados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atualmente é o tamanho da sua fila de espera, que pode chegar a 486 dias dependendo do benefício solicitado pelo segurado.
Apesar do prazo do INSS para análise de benefícios ser de até 45 dias, com a possibilidade de prorrogação por mais 45, totalizando 90 dias, o tempo máximo está sendo ultrapassado sem qualquer dificuldade e o tempo de espera pode chegar a até 5,4 vezes o limite da espera.
De acordo com dados do próprio Instituto, os benefícios por incapacidade acidentária tem média de 122 dias para concessão e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) chega a 223 dias.
Já quem entra com pedido de auxílio-reclusão vai esperar muito mais, com prazo médio de 486 dias, ou seja, mais de um ano e quatro meses para a concessão do benefício.
Até a aposentadoria por tempo de serviço está enfrentando prazos longos - apesar de menores que as demais solicitações - alcançando 68 dias de espera. Dependendo do estado, como Tocantins, esse número quase triplica e chega a 197 dias.
A fila de espera em outubro alcançou 5,5 milhões de brasileiros, o que acaba prejudicando os segurados que podem estar sem renda e sem recursos logo no momento do pedido.
Para oferecer mais celeridade ao processo, o INSS instituiu neste ano um robô para analisar os pedidos de forma automática e o resultado foi ao contrário do esperado.
A inteligência artificial foi responsável por recusar mais pedidos que aceitar, com 220.142 recusas e 154.784 concessões, aumentando ainda mais a fila de espera, pois quem tem o benefício negado volta para a fila para a reavaliação da concessão.
A equipe de transição do novo governo busca novas maneiras de reduzir a fila de espera do INSS e melhorar as condições para a população. O concurso público para contratar mil novos funcionários para o instituto é uma das medidas que deve ajudar o cenário atual.