A Americanas informou na última quarta-feira (11) que foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis de cerca de R$ 20 bilhões realizados em exercícios anteriores, incluindo de 2022.
De acordo com o comunicado, a área contábil identificou a existência de operações de financiamento de compras, nas quais a Companhia é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta dos fornecedores nas demonstrações financeiras de 30 de setembro de 2022.
As estimativas acima estão sujeitas a confirmações e ajustes decorrentes da conclusão de
trabalhos de apuração e dos trabalhos a serem realizados pelos auditores independentes.
O Conselho de Administração da Americanas também decidiu criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que levaram às inconsistências contábeis.
Os presidentes Sergio Rial e André Covre, diretor de Relação com Investidores, que haviam sido empossados em 2 de janeiro, decidiram deixar a companhia. Com as renúncias, o Conselho de Administração nomeou o executivo João Guerra para ocupar os dois cargos interinamente.
Fiscalização
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) informou que realizará a instauração de um processo administrativo ético-disciplinar para apurar a conduta dos profissionais da contabilidade envolvidos no caso.
“Por meio das ações de fiscalização, busca-se conscientizar a classe contábil para que a atividade profissional seja desempenhada de modo que os mais elevados padrões técnicos e éticos sejam observados, primando sempre pela qualidade das informações geradas, em estrita observância às Normas Brasileiras de Contabilidade e de Auditoria, em benefício do mercado e da sociedade”, explicou o Conselho por meio de nota.
O Sistema CFC/CRCs ressalta que a atividade fiscalizatória é a principal razão de existir dos Conselhos de Contabilidade e a sua missão é zelar pelo fiel cumprimento das normas técnicas e éticas pelos profissionais da contabilidade, assegurando sempre, em qualquer processo, o direito ao contraditório e à ampla defesa.