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Empresas brasileiras têm pouco tempo para adaptar balanços às normas internacionais

17/10/2008 00:00

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Empresas brasileiras têm pouco tempo para adaptar balanços às normas internacionais

Segundo especialista, impacto sobre o setor contábil no Brasil será enorme devido à necessidade de adaptação aos padrões contábeis internacionais - as chamadas IFRS.

Durante o 9º Congresso de Auditoria Interna e Compliance, que será realizado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em São Paulo, nos dias 30 e 31 de outubro, um dos principais temas abordados será a lei 11.638/07, que altera a lei das S/A, e deverá fazer com que as empresas com atuação no País tenham de, gradativamente, adaptar seus balanços às normas internacionais.

As empresas brasileiras, por exemplo, que possuem títulos negociados na bolsa de Nova York (os chamados American Depositary Recepts, ADRs) têm até 2010 para se adaptar aos padrões contábeis internacionais - as chamadas IFRS (a sigla é originária do termo em inglês, International Financial Report Standards). Mas, na prática, terão de publicar esses balanços já no ano que vem.

As autoridades internacionais responsáveis pela questão exigem que os balanços de 2010 sejam comparáveis com os de 2009. "A experiência obtida por empresas em países que já adotaram esse padrão contábil demonstra que o processo de conversão das demonstrações financeiras para o IFRS deixa de ser um exercício restrito à área contábil das empresas, passando a envolver praticamente toda a estrutura organizacional. Portanto, o processo de adaptação é complexo e requer um enorme esforço de planejamento e um controle de implementação rígido", avalia o diretor Setorial de Auditoria Interna da Febraban, Elder Aquino.

Padrão mundial - Originárias dos países da União Européia, as IFRSs deverão, nos próximos anos, se tornar padrão no mundo inteiro. A Securities and Exchange Commission (SEC) órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos eliminou a exigência de empresas estrangeiras (com papéis naquele país) publicarem suas DFs no padrão contábil local - o chamado USGAAP - , desde que as apresente em IFRS.

"O impacto sobre o setor contábil no Brasil será enorme e as empresas precisam se antecipar em planejar essa mudança. São muitos os tratamentos alternativos a considerar, a exemplo do tratamento a ser dado ao fair value, leasing e imposto de renda diferido", diz Aquino.

Para ele, a mudança altera também a forma de a empresa e partes interessadas avaliarem seu desempenho. "Sob uma ótica mais ampla, trata-se de uma transformação cultural, onde empresas, contadores, auditores externos e internos, órgãos normativos e de fiscalização e também universidades terão que atualizar seus conhecimentos e adaptar seus processos".

Soma-se a isso, a necessidade de mudanças nos processos contábeis e sistêmicos das empresas, que serão significativos e de investimento relevante. Para Aquino, a adoção de um padrão contábil internacional torna os balanços das empresas brasileiras mais transparentes e facilmente comparáveis com os das empresas internacionais que adotaram esse padrão, permitindo melhor análise e entendimento por analistas e investidores de todo o mundo, facilitando o processo de tomada de decisão e aumentando a confiança dos investidores. "É a adoção de uma linguagem contábil internacional", avalia Aquino.

O tema IFRS será abordado no primeiro dia do evento (30/10), no painel O desafio e adequação das auditorias internas no processo de convergência contábil (IFRS e Lei 11.638). O 9º Congresso de Auditoria Interna e Compliance deve contar com a presença de mais de 400 executivos das instituições financeiras, e será realizado no Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo.

Fonte: Sescon/MG

Enviado por: Wilson Fortunato

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