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LINGUAGEM

3 razões para adotar a linguagem neutra nas empresas

O uso da linguagem neutra ganha cada vez mais espaço no ambiente corporativo e seu uso traz vantagens empresariais, como colaboradores mais engajados.

21/02/2023 14:00

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3 razões para adotar a linguagem neutra nas empresas

3 razões para adotar a linguagem neutra nas empresas Foto: Jopwell/Pexels

No dia 10 deste mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou uma lei de Rondônia que vedava o uso da linguagem neutra nas escolas. A decisão abre precedente importante em todo o país, mas é preciso que seja publicada para se saber quais serão os próximos passos da Corte sobre o assunto. De toda forma, a linguagem neutra, ou neolinguagem, é tema de debates pela internet há anos e seu uso se amplia no ambiente corporativo. 

“Independentemente dos argumentos contrários ou favoráveis, uma questão é inegável: a maneira como nos comunicamos influencia diretamente a percepção das pessoas sobre outras e sobre si mesmas”, diz Andréa Migliori, fundadora e CEO da Workhub.

Estudos comprovam que esse formato linguístico afeta as representações mentais que temos sobre os gêneros. O uso da linguagem “justa”, ou seja, que equipara o uso de termos masculinos e femininos através da neutralização, é recomendado por diversas instituições relevantes, incluindo a Unesco (desde 1999), Comissão Europeia (desde 2008), Associação de Psicólogos da América (desde 2009), entre outras.

No dia a dia corporativo, o tema também se faz mais presente, seja na busca incessante por igualdade entre homens e mulheres, seja nas metas de inclusão e representação da  comunidade LGBTQIAP+. Por isso, confira agora três razões para usar a linguagem neutra nas empresas:

Valoriza colaboradoras mulheres e também pessoas não-binárias

Usar o masculino como norma padrão para “todos” desconsidera e até inferioriza o feminino. Vemos isso acontecendo frequentemente em discursos que se referem a muitas pessoas ou até em exemplos que partem do pressuposto masculino, como “o especialista”, “o gestor”, “o CEO”.

“Isso já aconteceu comigo. Mesmo com alguém se dirigindo diretamente a mim, que sou a CEO” diz Andréa. Ela destaca que devemos considerar também a população não-binária. Em idiomas como inglês ou sueco, em que muitos pronomes já são naturalmente neutros, as alterações a favor da inclusividade são mínimas. No português, espanhol e outras, a situação se torna mais complexa, mas há mais opções. É possível utilizar versões adaptadas de pronomes, como “elu”, “amigue”, etc.; ou ainda alterar o texto estruturalmente de modo que a aplicação de gênero nem seja necessária. Ambas opções são usadas com frequência.

Aumenta o engajamento da equipe

Pesquisa da plataforma de aprendizagem Lingoda demonstrou que o interesse de profissionais no assunto é bem relevante: 55% das mulheres e 44% dos homens consideram que a linguagem inclusiva é importante no trabalho.

“Os resultados fazem bastante sentido se pensarmos em como o trabalho é uma segunda casa para muita gente. Que maneira melhor de se sentir à vontade nesse ambiente do que vivenciar, em primeira mão, modos de tratamento inclusivos?”, diz a executiva. Ela destaca que as comunicações internas são a forma com a qual as empresas estabelecem relacionamentos com suas equipes. “Cada palavra escolhida passa uma mensagem. Às vezes, mesmo sem querer, a mensagem transmitida toma uma conotação negativa. Mudanças simples são o suficiente para evitar desentendimentos e abrir espaço para mais inclusividade e respeito.”

Agilizar essa abordagem nos diversos departamentos e dispositivos de uma empresa pode parecer complicado, “mas uma intranet de qualidade e já formatada com essa proposta resolve o problema com facilidade”, afirma a CEO da Workhub, cuja intranet funciona com linguagem neutra.

Mostra que a empresa dialoga com as questões atuais

A linguagem inclusiva faz parte de um fenômeno político e de inclusão para que a comunidade LGBTQIAP+, entre outras, sinta-se representada.

“Demonstrar para todas as pessoas que têm envolvimento com a empresa — clientes, fornecedores e colaboradores — que a corporação não está indiferente aos anseios dessa transformação social, faz toda a diferença para a marca”, frisa Andréa.

Fonte: EDB Comunicação

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