O Ministério da Previdência Social deve executar mutirões para diminuir a fila de pedidos de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que dependem de perícia médica, tais como o Auxílio-doença e a Aposentadoria por incapacidade permanente.
Em entrevista ao portal UOL, o ministro da pasta, Carlos Lupi, afirmou que a ideia é reunir vários peritos e concentrar os trabalhos durante uma semana, principalmente no interior dos estados, onde existem menos profissionais, para acelerar a análise dos casos.
De acordo com Lupi, a ideia é começar a iniciativa pela região Nordeste.
Ao EXTRA, o ministério confirmou a ideia de implementar os mutirões e informou que o processo deve começar no mês de março, mas não detalhou que regiões ou estados serão priorizados.
"O Ministério da Previdência Social segue trabalhando para garantir o aumento na quantidade de perícias médicas realizadas por mês. No momento, a equipe da Secretaria de Perícia Médica Federal estuda a melhor maneira de se realizar mutirões de atendimento e quais localidades devem ser priorizadas. A meta é que os mutirões comecem em março. Até lá, serão divulgados mais detalhes sobre a ação", informou a pasta.
O que dizem os médicos peritos
O vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Francisco Cardoso, afirma que a fila atinge, principalmente, a Região Nordeste e partes remotas da Região Norte. Ele calcula que, no país, o tempo médio de espera para uma perícia está em 50 dias, acima dos 45 dias usados como margem pelo INSS.
“Em estados do Sul, Sudeste e até no Distrito Federal, a fila está mais ou menos equalizada, com problemas apenas em alguns locais pontuais”, diz Cardoso.
Em capitais do Nordeste, no entanto, temos de 50 a 70 dias de espera, mas no interior isso passa de 100 dias.
Representantes da ANMP se reuniram, nesta semana, com Lupi e o secretário-executivo do ministério da Previdência, Wolney Queiroz. Segundo Cardoso, os mutirões foram um dos temas discutidos no encontro.
Para o vice-presidente da entidade, no entanto, os mutirões são uma solução que só fará efeito a curto prazo.
“Temos um déficit de três mil peritos. Para isso se sustentar a longo prazo, tem que ter concurso” avalia.