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INADINPLÊNCIA

Dificuldades financeiras aumentam inadimplência entre Microempreendedores Individuais do Brasil

A inadimplência entre os MEIs aumentou em 2023, com quase 5 milhões de indivíduos devendo ao INSS.

15/06/2023 15:00

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 Inadimplência entre MEIs do Brasil cresce em 2023

Dificuldades financeiras aumentam inadimplência entre Microempreendedores Individuais do Brasil

Os Microempreendedores Individuais (MEIs) do Brasil enfrentaram um início de ano desafiador em 2023, de acordo com o Índice FinanZero de Empréstimo (IFE) de janeiro. De um total de 17,7 milhões de MEIs ativos no país, conforme dados da Receita Federal, cerca de 5 milhões estão inadimplentes com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) . Este número alarmante soma uma dívida de R$ 59,5 milhões, com a maior parte concentrada em São Paulo e Minas Gerais.

Estes números levantam preocupações sobre o desconhecimento acerca do funcionamento do MEI, somado ao acúmulo de dívidas de autônomos exacerbado pela pandemia. De acordo com a análise do IFE, os assalariados inadimplentes viram um aumento de 22% nas buscas por empréstimos, indicando uma possível maior instabilidade financeira entre trabalhadores PJ (Pessoa Jurídica).

Uma das principais razões para a diferença de estabilidade financeira é que a perda de renda entre pessoas assalariadas é relativamente mais difícil do que para trabalhadores PJ. No caso de demissões sem justa causa, trabalhadores assalariados têm direito ao saque do FGTS, 13º e férias proporcionais, além de uma indenização de 40% do valor depositado na conta do FGTS durante a vigência do contrato de trabalho. Trabalhadores PJ, por outro lado, não têm direito a nada além do próprio salário.

Termos como "empréstimo para negativado urgente" e "empréstimos para negativados" tiveram um aumento expressivo em buscas (+50% e 49% respectivamente), mostrando o interesse em modalidades de crédito menos burocráticas, acessíveis online e de liberação quase instantânea. Tais soluções se mostram atrativas para aqueles com nome sujo.

A demanda por empréstimos também aumentou em janeiro. Houve um aumento de 36% no número geral de perfis inadimplentes que solicitaram empréstimos na FinanZero, em comparação com dezembro do ano anterior. O pagamento de dívidas foi a principal razão para as pessoas com restrição ao crédito buscarem empréstimos em todas as regiões do país.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) também registrou níveis recorde de endividamento e inadimplência em 2022, com 78 de cada 100 famílias brasileiras endividadas - o maior número desde o início da série histórica da pesquisa em 2010.

As condições econômicas atuais, incluindo uma taxa Selic de 13,75% e a perda de aproximadamente 431 mil postos de trabalho em dezembro, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), pressionam muitos trabalhadores a recorrerem a empréstimos para negativados como opção viável para reorganizar as contas.

O IFE também revelou que a maioria dos solicitantes de empréstimo com restrição ao crédito não possuem um nível superior (79%). Além disso, 52% deles são mulheres com idade entre 25 e 35 anos. A região Sudeste concentrou 57% dos solicitantes. Nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, os pedidos para pagamento de dívidas representaram 48% do total.

Além dos desafios socioeconômicos presentes, a desigualdade social e a falta de educação financeira entre as famílias mais pobres contribuem para esse cenário de inadimplência.

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