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IA: mulheres podem ser as mais afetadas no mercado de trabalho, diz pesquisa

Análise estima que 79% das mulheres empregadas nos EUA estão em ocupações suscetíveis a interrupções pela IA.

26/06/2023 16:30

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Mercado de trabalho: mulheres podem ser mais afetadas pela IA

IA: mulheres podem ser as mais afetadas no mercado de trabalho, diz pesquisa

Nos Estados Unidos, o número de mulheres em idade ativa que estão empregadas é maior agora do que nunca.

Mulheres entre 25 e 54 anos estabeleceram um recorde de participação na força de trabalho em abril e novamente em maio, retornando à sua forma pré-pandemia da Covid-19.

Apesar dessa retomada, tudo isso pode mudar com a inteligência artificial (IA).

Assim como o ChatGPT, outras tecnologias de inteligência artificial generativas têm o potencial de transformar o mercado de trabalho, colocando a maioria dos empregos do país à automação, como projetaram os economistas do Goldman Sachs.

A tecnologia pode criar novos conteúdos, tais como:

  • Texto;
  • Imagens;
  • Áudio
  • Vídeo
  • Código, a partir de dados de treinamento.

Apesar disso, pesquisas recentes revelam que, embora superadas em número por homens na força de trabalho dos EUA, as mulheres podem ser desproporcionalmente mais atingidas pela adoção de IA generativa nas empresas.

Um levantamento feito recentemente estima que 79% das mulheres trabalhadoras, quase 59 milhões, estão em ocupações suscetíveis a interrupções e automação.

Isso é comparado a 58% dos homens que trabalham, segundo pesquisa da Kenan-Flagler Business School da Universidade da Carolina do Norte.

As estimativas de que quase oito em cada 10 mulheres trabalhadoras podem ser afetadas “são simplesmente impressionantes”, disse a economista-chefe do marketplace online ZipRecruite, Julia Pollak.

Pollak ainda acrescenta que “dito isso, e acho que intuitivamente muitos de nós apreciamos isso, será mais fácil automatizar alguns desses trabalhos de escritório do que automatizar trabalhos de carpinteiro, eletricista e trabalhos de remoção de pragas, muitos desses serviços manuais e trabalhos de produção que são muito mais masculinos.

Segundo ela, existem razões legítimas para se preocupar que alguns dos ganhos que as mulheres conseguiram possam ser corrompidos, pelo menos temporariamente.

No entanto, a especialista também observou que “essas tecnologias também certamente criarão muitas, muitas oportunidades”.

Uma porcentagem maior de mulheres está contratada em empregos de colarinho branco, enquanto para os homens é uma divisão de 50 a 50 entre ocupações de colarinho branco e azul, disse o professor de prática de marketing na escola Kenan-Flagler e principal autor da pesquisa de IA, Mark McNeilly.

Com uma base de funcionários majoritariamente feminina, algumas das ocupações mais expostas à IA são:

  • No escritório e suporte administrativo;
  • Profissionais e técnicos de saúde
  • Educação, formação e biblioteca;
  • Apoio aos cuidados de saúde e serviços comunitários e sociais.

Todos os resultados levantados acima partiram da pesquisa UNC Kenan-Flagler.

“Nem sempre vai se relacionar com ‘estou perdendo meu emprego’”, disse McNeilly à CNN. 

Ele ainda diz que “acho que é realmente uma questão de saber se há algo que a pessoa possa fazer para agregar valor.

Antes da pandemia

Nos anos pré-pandemia da Covid-19, as taxas de participação das mulheres na força de trabalho aumentaram mais rapidamente do que as dos homens, revelam dados do Bureau of Labor Statistics (BLS).

Uma junção de vários fatores está por trás desses ganhos, disse Pollak. Entre eles:

  • Consideravelmente as indústrias foram dominadas por mulheres, como assistência médica e cuidadora, estavam entre as indústrias de crescimento mais rápido;
  • O nível educacional das mulheres aumentou substancialmente; 
  • As mulheres também fizeram incursões maiores em campos tradicionalmente dominados pelos homens, por exemplo, construção, agricultura, reparo e manutenção.

Em fevereiro de 2020, a taxa de participação na força de trabalho para mulheres em idade ativa era de 77%, pouco abaixo do recorde de 77,3%, mostram os dados do BLS.

Apesar desse percentual, em abril de 2020, essa taxa caiu para 73,5% quando a pandemia congelou a economia dos EUA, forçando mais de 20 milhões de pessoas a deixarem seus empregos.

À medida que o país se recuperava nos meses seguintes, porém, as mulheres não retornavam nos mesmos níveis que os homens.

A pandemia atingiu os setores de:

  • Lazer;
  • Hospitalidade;
  • Educação;
  • Serviços de saúde.

Esses eram os setores onde as mulheres constituem a maioria da força de trabalho. 

Além do mais, a perda de postos de trabalho e uma recuperação razoável do emprego no setor de cuidados infantis prejudicaram a capacidade dos trabalhadores de voltar ao mercado de trabalho.

Por falar nisso, geralmente, as responsabilidades de cuidar recaem sobre as mulheres, as quais foram mais retidas à medida que a escola passou a ser baseada dentro de casa.

A vinda da IA

Especializado na coleta e análise de dados da força de trabalho disponíveis ao público, Revelio Labs, identificou recentemente as ocupações mais expostas à IA e as distribuições de gênero e etnia entre elas.

Nas ocupações mais aparentes à IA, as mulheres representam 71% dos funcionários, disse o CEO da Revelio, Ben Zweig.

“Às vezes, na conversa sobre IA, adotamos uma perspectiva, que considero uma perspectiva falsa, de que a composição de tarefas de um trabalho é estática, que um trabalho é um trabalho e tem responsabilidades fixas”, disse Zweig.

O CEO ainda acrescenta que, no entanto, “esse não é realmente o caso. Os empregos se transformam o tempo todo.”

A IA representa uma oportunidade e uma ameaça ao mesmo tempo, e realmente depende do setor, disse a economista-chefe do Conference Board, Dana Peterson.

Ela ainda disse que “o problema da IA ​​é que ela não é perfeita; está gerando novo conteúdo a partir do conteúdo existente”.

“Ela ainda precisa de um ser humano para criar algum conteúdo existente para extrair. E o que quer que esteja gerando, não significa que está certo – você ainda precisa de alguém para olhar e ver se faz sentido.”

Há riscos legítimos para as empresas, incluindo garantir que os aplicativos sejam utilizados de forma responsável e que possíveis preocupações sobre preconceito e ética sejam totalmente abordadas e entendidas, observou Peterson.

“Com o tempo, substituirá alguns empregos, mas, como acontece com qualquer outro tipo de avanço tecnológico que tivemos, as pessoas sempre descobriram outra coisa para fazer”, disse ela.

A economista-chefe diz que “sim, pode destruir empregos no curto prazo, mas também cria novos empregos e diferentes oportunidades. Ajuda as pessoas a se tornarem mais produtivas em seus empregos existentes.”

Com informações da CNN Brasil

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