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INFLAÇÃO

Entenda a história da inflação no Brasil

Inflação é um dos assuntos mais discutidos dentro da economia do país.

18/08/2023 16:00

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Inflação no Brasil: o que é e como começou?

Entenda a história da inflação no Brasil

O conceito de inflação, basicamente, trata-se do aumento generalizado do preço médio dos produtos e serviços em um determinado período. Assim dizendo, a inflação é a alteração no valor de certo bem ou serviço dentro de um curto ou médio prazo.

Os principais motivos que contribuem para o surgimento da inflação são:

  • Lei da oferta e da demanda;
  • Diminuição da oferta;
  • Fatores naturais;
  • Emissão de moeda.

Com a inflação, o dinheiro acaba perdendo o valor, uma vez que não acompanha os aumentos dos preços.

Se ocorrer uma hiperinflação, as pessoas acabam tendo dificuldades em acompanhar o que pode ser considerado caro ou barato, já que os preços podem aumentar vários dias seguidos, e a moeda vai perdendo valor rapidamente.

Vale destacar que o governo federal não pode controlar o fator inflacionário, porém há providências que podem ser tomadas que influenciar no controle, por exemplo:

  • Taxa Selic;
  • Expansão da capacidade produtiva.

Inflação no Brasil

A economia brasileira passou a conviver com as adversidades de um país economicamente dependente, precisando, por esse motivo, achar soluções para valorizar sua moeda e se desenvolver economicamente.

Apesar disso, esse desenvolvimento exigia que os governos contratassem empréstimos a serem empregados na contratação de funcionários e no financiamento de obras, deixando, muitas vezes, o país completamente endividado. 

Assim, uma saída encontrada pelo Estado para corrigir este problema era fabricar o dinheiro necessário para que pudesse ter condições de cumprir uma considerável parte de seus compromissos financeiros.

A solução, que parecia ser prática e viável, tinha a circulação de papel-moeda em uma economia sem riquezas, o que acabava desvalorizando a moeda. 

Diante dessa situação,  o preço das mercadorias sobe e os trabalhadores têm o seu poder de compra reduzido, aumentando o custo de vida.

No Brasil a contração de dívidas existe há tempos e vem se desenhando desde o período colonial, quando os exploradores requeriam da Coroa Portuguesa empréstimos para financiar suas atividades. 

Passando pelo período da monarquia, vem depois o governo de Dom Pedro I, inaugurado por uma dívida de 2 milhões de libras esterlinas, usadas na “compra” efetiva de independência.

Na era republicana a inflação ganhou ainda mais importância, tendo em vista as novas condições da economia mundial. 

O Brasil, na época, se via diante do dilema de preservar o agroexportador da economia nacional ou promover a modernização da sua economia. 

Assim, no primeiro governo republicano surgiu a figura de um intelectual chamado Rui Barbosa, ocupando o cargo de Ministro da Fazenda.

Barbosa procurou modernizar a economia do país, permitindo a fabricação de papel-moeda e facilitando a contração de empréstimos para criar empresas. 

Apesar disso, a tomada de decisão acabou gerando uma enorme crise que promoveu uma onda de empréstimos seguida pela injeção massiva de papel-moeda na economia. 

Diante dessa situação, o país não conseguiu remodelar sua política de desenvolvimento econômico, causando uma grande crise inflacionária.

Por mais que o Brasil estivesse passando por períodos negativos na economia, nas primeiras décadas do século XX, o país teve uma considerável reação econômica causada pela crise do mercado europeu. 

A partir do ano de 1914, o Velho Continente foi palco de conflitos civis e guerras que desestabilizaram sua própria economia. Nesse momento, o Brasil, que era dependente dos produtos industrializados europeus, iniciou o impulso de suas indústrias e a diversificação da economia.

Assim, o país inaugurava sua industrialização em um momento em que várias potências industriais já estavam consolidadas no mercado internacional. Por esse motivo, era necessário contrair empréstimos para tornar a economia competitiva em relação aos concorrentes comerciais.

O desenvolvimento sensível foi um dilema nos governos de Vargas e JK, marcado entre proteger a economia e promover um desenvolvimento autônomo e gradual, ou autorizar que investidores internacionais injetassem seus recursos para recuperar os anos de atraso da economia. 

As duas opções requeriam projetos econômicos bem elaborados que, apesar de demandarem de empréstimos, era necessário ter cautela para não desvalorizar a moeda nacional.

No entanto, o mercado internacional oscilava, a corrupção política e o atraso na economia possibilitavam a deflagração de vários processos inflacionários. 

Durante o governo militar, entre os anos de 1969 e 1973, a economia experimentou uma onda de crescimento propiciada pelo chamado “milagre econômico”. Esse período, em razão da crise, se abateu sobre a economia mundial e o modelo de desenvolvimento artificial gerado do tal “milagre”.

Nos anos 1980, a recessão econômica acabou e transformou a inflação em um companheiro presente. A desvalorização foi tanto que os produtos do supermercado, por exemplo, eram reajustados mais de uma vez ao dia. 

Nessa mesma época, criavam-se diversas moedas para conter a inflação e diversos planos econômicos tentavam dar uma solução definitiva para a questão.

Com o Plano Real, foi proposto um projeto de reestruturação da economia brasileira baseado em uma nova moeda que levava o mesmo nome do plano. 

A partir daí, os níveis inflacionários, exceto alguns momentos de crise momentânea, passaram a alcançar níveis suportáveis ao desenvolvimento e o custo de vida de uma parcela dos trabalhadores.

Com isso, a economia nacional acabou dando sinais de amadurecimento e a inflação começou a ser mais controlada.

Índices de inflação

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é responsável pela elaboração de dois dos indicadores de preços mais significativos: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é oficialmente reconhecido pelo governo federal, e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Ambos os indicadores têm a mesma finalidade: avaliar as flutuações nos preços de uma seleção de bens e serviços consumidos pela população. Os resultados obtidos revelam se houve aumento ou redução nos preços de um mês para outro.

A composição dessa seleção de bens e serviços é determinada pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE. A POF analisa diversos aspectos, incluindo os padrões de consumo da população e a proporção do rendimento familiar destinado a cada item, como arroz, feijão, transporte público, material escolar, cuidados médicos, lazer, entre outros.

Portanto, os indicadores não consideram apenas a variação de preço de cada item individualmente, mas também ponderam a relevância de cada um deles no orçamento das famílias.

Qual é a distinção entre os dois indicadores?

O IPCA abrange uma parcela mais extensa da população. Ele reflete as variações no custo médio de vida das famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos.

Já o INPC avalia as mudanças no custo médio de vida somente das famílias cuja renda mensal varia de 1 a 5 salários mínimos. Esses grupos são particularmente sensíveis às oscilações nos preços, já que tendem a direcionar a maior parte de sua renda para produtos básicos como alimentação, remédios e transporte.

Confira os índices dos últimos dez anos.

Mês

IPCA

INPC

Diferença

jul/23

3,99%

3,53%

0,46%

jun/23

3,16%

3,00%

0,16%

mai/23

3,94%

3,74%

0,20%

abr/23

4,18%

3,83%

0,35%

mar/23

4,65%

4,36%

0,29%

fev/23

5,60%

5,47%

0,13%

jan/23

5,77%

5,71%

0,06%

dez/22

5,79%

5,93%

-0,15%

nov/22

5,90%

5,97%

-0,07%

out/22

6,47%

6,46%

0,01%

set/22

7,17%

7,19%

-0,02%

ago/22

8,73%

8,83%

-0,10%

jul/22

10,07%

10,12%

-0,05%

jun/22

11,89%

11,92%

-0,03%

mai/22

11,73%

11,90%

-0,17%

abr/22

12,13%

12,47%

-0,34%

mar/22

11,30%

11,73%

-0,43%

fev/22

10,56%

10,80%

-0,24%

jan/22

10,38%

10,60%

-0,22%

dez/21

10,06%

10,16%

-0,10%

nov/21

10,74%

10,96%

-0,49%

out/21

10,67%

11,08%

-0,41%

set/21

10,25%

10,78%

-0,54%

ago/21

9,68%

10,42%

-0,74%

jul/21

8,99%

9,85%

-0,86%

jun/21

8,35%

9,22%

-0,87%

mai/21

8,06%

8,90%

-0,84%

abr/21

6,76%

7,59%

-0,83%

mar/21

6,10%

6,94%

-0,84%

fev/21

5,20%

6,22%

-1,02%

jan/21

4,56%

5,53%

-0,97%

dez/20

4,52%

5,45%

-0,93%

nov/20

4,31%

5,20%

-0,89%

out/20

3,92%

4,77%

-0,85%

set/20

3,14%

3,89%

-0,75%

ago/20

2,44%

2,94%

-0,50%

jul/20

2,31%

2,69%

-0,39%

jun/20

2,13%

2,35%

-0,21%

mai/20

1,88%

2,05%

-0,17%

abr/20

2,40%

2,46%

-0,06%

mar/20

3,30%

3,31%

-0,01%

fev/20

4,01%

3,92%

0,08%

jan/20

4,19%

4,30%

-0,11%

dez/19

4,31%

4,48%

-0,18%

nov/19

3,27%

3,37%

-0,09%

out/19

2,54%

2,55%

-0,02%

set/19

2,89%

2,92%

-0,03%

ago/19

3,43%

3,28%

0,14%

jul/19

3,22%

3,16%

0,06%

jun/19

3,37%

3,31%

0,05%

mai/19

4,66%

4,78%

-0,12%

abr/19

4,94%

5,07%

-0,13%

mar/19

4,58%

4,67%

-0,09%

fev/19

3,89%

3,94%

-0,05%

jan/19

3,78%

3,57%

0,21%

dez/18

3,75%

3,43%

0,31%

nov/18

4,05%

3,56%

0,49%

out/18

4,56%

4,00%

0,55%

set/18

4,53%

3,97%

0,55%

ago/18

4,19%

3,64%

0,55%

jul/18

4,48%

3,61%

0,87%

jun/18

4,39%

3,53%

0,86%

mai/18

2,86%

1,76%

1,09%

abr/18

2,76%

1,69%

1,07%

mar/18

2,68%

1,56%

1,12%

fev/18

2,84%

1,81%

1,03%

jan/18

2,86%

1,87%

0,98%

dez/17

2,95%

2,07%

0,88%

nov/17

2,80%

1,95%

0,86%

out/17

2,70%

1,83%

0,87%

set/17

2,54%

1,63%

0,91%

ago/17

2,46%

1,73%

0,72%

jul/17

2,71%

2,08%

0,63%

jun/17

3,00%

2,56%

0,44%

mai/17

3,60%

3,35%

0,25%

abr/17

4,08%

3,99%

0,10%

mar/17

4,57%

4,57%

0,00%

fev/17

4,76%

4,69%

0,06%

jan/17

5,35%

5,44%

-0,08%

dez/16

6,29%

6,58%

-0,29%

nov/16

6,99%

7,39%

-0,40%

out/16

7,87%

8,50%

-0,63%

set/16

8,48%

9,15%

-0,68%

ago/16

8,97%

9,62%

-0,65%

jul/16

8,74%

9,56%

-0,82%

jun/16

8,84%

9,49%

-0,65%

mai/16

9,32%

9,82%

-0,50%

abr/16

9,28%

9,83%

-0,55%

mar/16

9,39%

9,91%

-0,52%

fev/16

10,36%

11,08%

-0,72%

jan/16

10,71%

11,31%

-0,60%

dez/15

10,67%

11,28%

-0,60%

nov/15

10,48%

10,97%

-0,49%

out/15

9,93%

10,33%

-0,40%

set/15

9,49%

9,90%

-0,41%

ago/15

9,53%

9,88%

-0,36%

jul/15

9,56%

9,81%

-0,25%

jun/15

8,89%

9,31%

-0,42%

mai/15

8,47%

8,76%

-0,29%

abr/15

8,17%

8,34%

-0,17%

mar/15

8,13%

8,42%

-0,29%

fev/15

7,70%

7,68%

0,02%

jan/15

7,14%

7,13%

0,01%

dez/14

6,41%

6,23%

0,18%

nov/14

6,56%

6,33%

0,22%

out/14

6,59%

6,34%

0,24%

set/14

6,75%

6,59%

0,16%

ago/14

6,51%

6,35%

0,16%

jul/14

6,50%

6,33%

0,17%

jun/14

6,52%

6,06%

0,47%

mai/14

6,37%

6,08%

0,30%

abr/14

6,28%

5,82%

0,46%

mar/14

6,15%

5,62%

0,54%

fev/14

5,68%

5,39%

0,29%

jan/14

5,59%

5,26%

0,33%

dez/13

5,91%

5,56%

0,35%

nov/13

5,77%

5,58%

0,19%

out/13

5,84%

5,58%

0,25%

set/13

5,86%

5,69%

0,17%

ago/13

6,09%

6,07%

0,02%

jul/13

6,27%

6,38%

-0,10%

Com informações do Politize e Brasil Escola

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