De acordo com os dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 165 categorias analisadas até dia 10 de agosto (data-base de julho), 89,1% alcançaram reajustes salariais acima da inflação e 10,3% tiveram ganhos iguais à inflação dos últimos 12 meses.
O Dieese aponta que somente uma categoria, ou 0,6% do total de reajustes salariais em julho, ficou abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que serve como referência nas negociações de reajustes.
Esse número representa uma notável melhoria comparado a julho de 2022, quando 66,5% das negociações resultaram em reajustes inferiores à inflação.
O relatório do Dieese também destaca que o parcelamento dos reajustes foi observado em apenas uma negociação de julho, representando 0,6% do total na data-base.
Além disso, a prática de escalonar os valores, ou seja, implementar reajustes variados conforme faixas salariais ou porte das empresas, ocorreu em 6,1% das negociações realizadas em julho, correspondendo ao menor percentual registrado ao longo do ano.
Reajuste por região
Detalhando por regiões geográficas, no Sudeste, a maioria dos resultados (80%) ultrapassou a taxa de inflação, seguido pelas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul, com um percentual de 75%.
No Nordeste, o valor percentual foi um pouco menor, alcançando 67,4%. As situações onde os resultados ficaram abaixo do INPC variaram entre 1,4% (no Sul) e 10,1% (no Nordeste).
Reajuste por setor
No que se refere ao setor industrial, 82,6% das negociações apresentaram aumentos reais ao longo do ano, enquanto 12,7% foram reajustadas no mesmo patamar do índice INPC. Apenas um pequeno percentual de 4,8% dos resultados do setor ficou aquém desse índice de inflação.
Já no setor de serviços, 79,3% das negociações resultaram em reajustes acima da taxa de inflação, enquanto 14,4% tiveram reajustes idênticos ao INPC e 6,3% ficaram abaixo desse índice.
No comércio, a proporção de resultados que ultrapassaram o INPC foi menor, atingindo 53,5%. No entanto, aproximadamente 42% das negociações alcançaram reajustes equivalentes à taxa de inflação, evidenciando que somente 4,8% não conseguiram compensar as perdas inflacionárias acumuladas de janeiro a julho de 2023.