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Igualdade salarial

Sem desigualdade de gênero no mercado de trabalho, PIB seria ao menos 20% maior

Estudo aponta que nenhum país oferece igualdade de oportunidade entre os gêneros.

16/03/2024 09:00

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PIB poderia ser 20% sem desigualdade salarial, aponta banco mundial

Sem desigualdade de gênero no mercado de trabalho, PIB seria ao menos 20% maior

Um relatório divulgado pelo Banco Mundial revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) global poderia crescer em mais de 20% se políticas públicas fossem implementadas para eliminar as barreiras enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho. 

O estudo, que é o 10º relatório anual sobre Mulheres, Empresas e Direito, destaca que a remoção dessas dificuldades poderia desbloquear um potencial de crescimento capaz de dobrar a taxa de crescimento global na próxima década.

A economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, enfatizou o impacto positivo que as mulheres podem ter na economia global em crise, observando que as reformas para prevenir a discriminação têm desacelerado. 

O relatório aponta que os desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho incluem não apenas barreiras à abertura de empresas, mas também disparidades salariais persistentes e restrições de trabalho em determinados horários ou empregos considerados perigosos.

Países não oferecem igualdade de oportunidades

A pesquisa, que abrange 190 países, revela que nenhum país, inclusive os mais desenvolvidos, oferece uma verdadeira igualdade de oportunidades entre os gêneros. Mesmo em questões jurídicas relacionadas à violência e ao cuidado infantil, as mulheres desfrutam apenas de dois terços dos direitos legais concedidos aos homens.

Além disso, o relatório destaca que as mulheres dedicam em média 2,4 horas a mais por dia ao trabalho de cuidados não remunerados, principalmente cuidando de crianças, em comparação com os homens. 

Uma análise inédita nesta edição do relatório revelou uma grande lacuna entre a política e a prática na implementação das leis existentes para proteger as mulheres.

Embora 98 economias tenham promulgado legislação para garantir a igualdade de remuneração, apenas 35 implementaram medidas de transparência salarial ou mecanismos de aplicação para eliminar as disparidades salariais. 

A principal autora do relatório, Tea Trumbic, ressaltou a urgência de acelerar os esforços para reformar leis e implementar políticas públicas que capacitem as mulheres no mercado de trabalho e nos negócios, destacando que a disparidade de gênero prejudica o desenvolvimento mundial.

A desigualdade salarial também é destacada no relatório, com as mulheres ganhando apenas 77 centavos para cada dólar pago aos homens. Essa disparidade se estende até mesmo às aposentadorias, com diferenças nas idades de aposentadoria entre homens e mulheres em 62 economias, o que resulta em maior insegurança financeira na velhice para as mulheres.

Diante desses desafios, o Banco Mundial propõe recomendações específicas para os governos, incluindo melhorias nas leis relacionadas à segurança, cuidados infantis e oportunidades de negócios, a eliminação de restrições ao trabalho das mulheres, expansão das disposições de licença maternidade e paternidade, e o estabelecimento de cotas vinculativas para mulheres nos conselhos de administração de empresas de capital aberto.

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