O curso de Ciências Contábeis deve passar por uma transformação significativa com a implementação das novas diretrizes curriculares previstas pela Resolução CNE/CES nº 1, de 2024.
De acordo com José Donizete Valentina, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do Conselho Federal de Contabilidade, as Instituições de Ensino Superior (IES) terão um prazo máximo de dois anos para se adequarem às novas diretrizes curriculares.
“Conforme estipulado no Art. 10 da Resolução CNE/CES n.º 1, de 27 de março de 2024, as mudanças devem ser implementadas obrigatoriamente até março de 2026”, explica.
No entanto, o vice-presidente enfatiza que as IES devem começar a se preparar imediatamente.
"As instituições precisam se capacitar para o desenvolvimento dos trabalhos a partir de uma abordagem baseada em competências, organizada com ênfase no desenvolvimento de habilidades e atitudes; foco na concepção de desenvolvimento sustentável; obrigatoriedade de estágio supervisionado e inclusão das atividades de extensão", afirma Valentina.
As novas diretrizes serão aplicadas principalmente aos alunos ingressantes. No entanto, as IES têm a opção de aplicar as novas diretrizes curriculares também para os alunos já matriculados, a partir do período ou ano subsequente à publicação da resolução.
Para auxiliar as instituições nessa transição, um manual orientativo será lançado durante o Congresso Brasileiro de Contabilidade, que ocorrerá entre os dias 8 e 11 de setembro. Esse manual fornecerá diretrizes detalhadas sobre como implementar as novas diretrizes curriculares, facilitando o processo de adaptação das IES.
Principais mudanças Ciências Contábeis
Entre as principais mudanças, destaca-se a possibilidade de tornar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) opcional. As atividades de extensão serão incorporadas à grade curricular, promovendo uma maior interação entre as instituições de ensino e a sociedade.
Por outro lado, o estágio supervisionado passará a ser obrigatório, garantindo que os alunos tenham uma formação prática mais sólida.
Além disso, a nova proposta curricular enfatiza a formação de profissionais com habilidades essenciais para o mercado contemporâneo. Isso inclui a capacidade de utilizar o pensamento científico, participar do processo decisório das organizações e desenvolver perspectivas multidisciplinares e transdisciplinares.
A consciência sobre responsabilidade social, ambiental e de governança (ESG) será também uma peça-chave na formação desses profissionais, visando uma abordagem mais holística e humanista.
