De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), o número de pontos de acesso à internet banda larga chegou a 75 milhões no mês de maio, alta de 74% em relação ao mesmo período de 2011. O crescimento foi puxado pelo aumento nos acessos móveis à rede. Segundo a empresa de pesquisas Alexa, o portal de vídeos YouTube é terceiro site mais acessado no mundo (perdendo apenas para o Google e para o Facebook).
"Além de tudo, o brasileiro é formado pela televisão. Culturalmente, temos uma ligação com a imagem. O único impedimento para a expansão do vídeo online era a banda larga, algo que já estamos superando", aponta Gustavo Caetano, fundador da Samba Tech, que faturou, em 2011, R$ 20 milhões. A empresa codifica vídeos de clientes corporativos para diferentes plataformas, cuida da distribuição e produz relatórios que mensuram a eficácia desse material.
Para uma empresa, o vídeo pode ter diversas aplicações. De acordo com Erick Monstavicius, proprietário e diretor de produtos audiovisuais da produtora Cinemátika, de São Paulo, existe a possibilidade de usar o material para treinamentos internos, para relacionamento com o cliente e para explicar determinado produto ao consumidor.
Gustavo afirma que o material audiovisual também é uma maneira de aproximar a alta gerência da base da empresa. "Uma organização com unidades em vários locais pode gravar um vídeo com o presidente e transmitir para todos os funcionários. Isso reforça a imagem da marca perante os trabalhadores", diz.
Todos estes argumentos são usados na hora de convencer as empresas a apostar em vídeos, o que, segundo os empreendedores, ficou mais fácil nos últimos anos. "As organizações perceberam que este é um investimento que gera retorno", opina Erick.
Benefícios e desafios do setor
O momento é ideal para entrar no mercado de vídeos, já que ele está em fase de expansão, afirma Gustavo. "Não existem ainda muitas empresas que atuam nessa área e o cliente, a partir do momento que entende a importância do vídeo, dificilmente volta atrás na sua decisão."
Erick, no entanto, enxerga o segmento de outra maneira. Segundo ele, é evidente que o setor está crescendo, mas a área de comunicação é a primeira a sofrer "baixas" quando o cliente passa por dificuldades financeiras. "Ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria decresceu, não fiz nenhum vídeo para empresas do segmento, que eram parceiros importantes", explica.
Uma das saídas para esta situação é diminuir o custo fixo. Para Erick, uma produtora de vídeos corporativos não precisa, no início, operar com equipamentos próprios. "O aluguel de materiais compensa", afirma. Além disso, é possível trabalhar de casa.
Outra alternativa é torna-se mais do que simplesmente uma produtora de vídeos. "Algumas empresas, especialmente as pequenas, não possuem um departamento de marketing e publicidade organizado. E um vídeo precisa estar dentro de uma estrutura de comunicação maior, para sabermos qual é o público-alvo a ser atingido. Por isso, oferecemos também esse tipo de consultoria", afirma Erick.
Fonte: Cross Content