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Quando o topo não é o limite na carreira

Executivos do alto escalão contam como fazem para não se acomodar no cargo e o que planejam fazer para continuar crescendo

19/07/2012 18:46

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Quando o topo não é o limite na carreira

Apesar de sua ascensão rápida, já que assumiu o primeiro cargo de peso no mundo corporativo aos 30 anos, o diretor de gestão de mercado e estratégia da Allianz Seguros, Felipe Gomes, hoje com 36 anos, admite que ainda espera muito mais da carreira. Já planeja, em cinco anos, conquistar a presidência. ?Pode ser da atual companhia ou de uma empresa menor, mas quero a posição número um da corporação. E já venho trabalhando para isso. Me empenho diariamente em conhecer todos os elos da cadeia de valor da companhia, porque acredito que um bom líder deve dominar todos os processos?, diz.

Ter em mente onde se quer chegar e o tamanho da ambição profissional são características fundamentais para um executivo que deseja firmar carreira no alto escalão, segundo especialistas. ?É preciso fazer uma análise muito sincera e ter em mente se deseja ser o número um de uma corporação de pequeno, médio ou grande porte e se está disposto a assumir toda a responsabilidade e os desafios que irá herdar com o cargo?, conta o diretor da Michael Page, Ricardo Basaglia.

O CEO da Pure Bros, Fernando Dias, de 34 anos, pode não ter definido muito claramente a sua trajetória profissional, como Gomes, mas diz ser um ?constante insatisfeito? e afirma ?esperar sempre mais dele mesmo?. ?Jamais estarei satisfeito ou me acomodarei. Quero sempre mais da minha carreira e, principalmente, da empresa onde estou. A satisfação nunca é uma constante em minha vida. Estou sempre atrás de tendências e de resultados satisfatórios.?

Para ele, o que mais fortaleceu o seu crescimento profissional foi o seu perfil empreendedor. ?Gosto de ser reconhecido por valorizar projetos e por gerar resultados baseados em visões estratégicas e sustentáveis. Quero que minhas ações também possam ser aproveitadas por meus sucessores?, afirma.

Outra percepção importante que o diretor deve ter, segundo especialistas, é a de não se acomodar no cargo. ?É preciso fazer uma manutenção frequente, acompanhar e incentivar o desempenho da equipe. Também é imprescindível buscar reciclagem, estudar o mercado e as novas possibilidades para serem exploradas. Isso vale tanto para o âmbito pessoal como para a corporação?, recomenda a sócia da Thomas Case & Associados, Izabel de Almeida.

Outro que não projetou a ascensão profissional, mas apostou no seu crescimento atrelado ao desempenho da empresa foi o CEO da Chemtech, Daniel Moczydlower, de 36 anos. ?Entrei como estagiário e fui crescendo junto com a empresa. Nunca coloquei uma meta de ascensão profissional, as coisas foram ocorrendo naturalmente. Mas percebi que poderia crescer junto com a empresa.?

Durante os 14 anos que está na empresa, Moczydlower diz ter recebido convites para assumir cargos mais altos no mercado, mas recusou. ?Tive propostas interessantes, mas o que pesei foi a ligação que tenho com a companhia. Ainda temos muito a construir juntos. Minha missão aqui não acabou?, comenta.

Para ele, a maior dificuldade que encontrou ao assumir o posto mais alto da companhia foi a transição da figura de ?executor de tarefas para a de gestor?. ?A necessidade dessa mudança de postura não fica muito clara em um primeiro momento. E, normalmente, quem recebe uma promoção é por ser um bom executor e por trazer um bom resultado. E era isso que eu fazia. Tive de aprender a ser um bom gestor?, diz.

O executivo contou com o auxílio de um mentor para se adequar à nova realidade. ?Ele não era meu chefe direto, mas foi guiando os meus passos até eu poder andar sozinho.?

O sucesso da ascensão profissional do diretor superintendente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), Antonio Sérgio Cajueiro Costa, de 71 anos, também foi sendo trilhado aos poucos. Assumiu diversas atividades gerenciais na Petrobrás e subsidiárias, antes de ser diretor comercial da Transportadora Associada de Gás (TAG), depois da TBG, até assumir a superintendência. O segredo de tantos postos respeitáveis? ?O bom humor?, diz o experiente Costa que acrescenta: ?Ele é importante para transmitir o entusiasmo para a equipe. Só assim teremos um grupo motivado para trabalhar e atingir seus objetivos?.

Costa acredita que a valorização profissional é uma das melhores formas de formar sucessores, um dos grandes gaps (termo em inglês utilizado para descrever uma lacuna existente no meio corporativo) das empresas atualmente. E este é seu objetivo daqui para frente. ?Queremos que os juniores da companhia façam carreira e não fiquem mudando de empresa para crescer.?

Outro que também ?trilhou sua carreira aos poucos? foi o presidente da BDO Brazil, Raul Corrêa da Silva, de 57 anos. ?Procurei me aliar a marcas fortes para ganhar nome e experiência e, assim, atingir o sucesso profissional?, conta. Entre outras atividades que desempenhou, Silva foi vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), conselheiro do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP) e presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).

?Sempre trabalhei muito e não esperei as coisas acontecerem. Comecei no mercado de trabalho como office-boy, cheguei aos cargos de contador e de auditor, montei a minha própria auditoria e depois segui para a presidência da BDO Brazil?, lembra.

Questionado sobre se está ou não satisfeito com o cargo, Silva é enfático: ?Ainda quero conquistar a presidência latino-americana da BDO. E planejo estar neste posto em médio prazo?

Claudio Marques

Fonte: O Estado de S. Paulo

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