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Brasil cobra muito imposto, mas usa mal os recursos

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a Suécia é o país que possui a carga tributária mais alta, já que ela corresponde 44,08% do PIB

26/07/2012 08:05

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Brasil cobra muito imposto, mas usa mal os recursos

A percepção de que no Brasil se paga muito imposto é verdadeira e comprovada quando se compara o nível de renda do brasileiro com a tributação. "A partir dessa conta, dá para afirmar que o País tem uma das taxas mais altas do mundo. Os impostos representam quase 36% do Produto Interno Bruto", afirma Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para as empresas, a conta pode ser ainda mais alta, chegando a mais de 50% do faturamento de algumas, explica Marcel. A tributação, nesse caso, varia conforme o segmento da organização e o seu porte.

Segundo dados da ACSP, no ano passado a arrecadação de impostos cresceu 12%. Para este ano, a estimativa é que esse número fique entre 10% e 11%. "Já faz alguns anos que a arrecadação tem aumentado mais do que a economia", diz Marcel.

A finalidade dos impostos - que existem em todos os países - é manter a estrutura pública funcionando. Isso inclui os serviços de educação, saúde, os programas de transferência de renda e o pagamento do funcionário público, por exemplo.

O problema brasileiro, afirma, Marcel, é a falta de retorno para a sociedade que esses impostos deveriam gerar. "As empresas têm de investir em segurança própria e pagar plano de saúde para os funcionários porque o governo não oferece serviços básicos de qualidade. Se a contrapartida fosse positiva, não existiria a sensação de que os impostos são abusivos e excessivos", opina.

Para os negócios, a alta tributação sem retorno gera perda de competitividade, já que o dinheiro gasto com a folha de tributos poderia ser investido em inovação e contratação de profissional qualificado. Além disso, os empreendedores contam com o agravante de ter que lidar com a burocracia para o recolhimento das taxas. Não é raro, por exemplo, a existência de controles diversos sobre a mesma tributação. Marcel cita o caso do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) , que incidem sobre o faturamento.

A saída para esta situação é, na opinião do economista, pressionar o governo para que os gastos públicos sejam racionalizados - com isso, a tributação diminuirá.

O Brasil no ranking dos impostos
Entre as 30 nações que possuem as cargas tributárias mais elevadas, o Brasil aparece em 15° lugar, com 35,13%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Nos primeiros três lugares estão Suécia (44,08%), Dinamarca (44,06) e Bélgica (43,8%). Os Estados Unidos são o país onde os impostos representam a menor fatia do PIB, entre os analisados: 24,8%.

O mesmo instituto também desenvolve um estudo que investiga a relação entre a carga tributária e o retorno dos recursos à população em termos de qualidade de vida. Em 2012, os especialistas chegaram à conclusão de que o Brasil proporciona o pior retorno dos valores arrecadados entre os 30 países com maior carga tributária. O resultado é obtido cruzando-se o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) com a carga tributária.

A Austrália, seguida dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e do Japão, são os países que melhor aplicam os tributos arrecadados, em termos de melhoria da qualidade de vida para os cidadãos. O Brasil fica atrás, inclusive, de países da América do Sul, como Uruguai e Argentina, que aparecem em 13° lugar e 16° lugar, respectivamente.

Conheça na galeria de imagens alguns dos países que mais cobram impostos, e aqueles que mais oferecem retorno aos cidadãos pelo dinheiro arrecadado.

Fonte: Cross Content

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