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Empresas familiares precisam de profissionais do mercado

Empresas familiares são aquelas em que o controle do negócio está nas mãos de pessoas que possuem laços sanguíneos. No Brasil, a maior parte das empresas nasce com esse tipo de estrutura.

31/07/2012 07:48

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Empresas familiares precisam de profissionais do mercado

Empresas familiares são aquelas em que o controle do negócio está nas mãos de pessoas que possuem laços sanguíneos. De acordo com a professora Maria Teresa Roscoe, da Fundação Dom Cabral, que tem um programa voltado especificamente para as organizações familiares, a maior parte da empresas nasce com esse tipo de estrutura. Dessa forma, além das questões práticas inerentes ao mundo dos negócios, também é preciso lidar com a parte "emocional", uma vez que, especialmente nas pequenas empresas, o ambiente familiar acaba, muitas vezes, se misturando com o profissional.

"Ter uma empresa pressupõe que se tome decisões de maneira fria. E não é isso que ocorre na maior parte das que são familiares", aponta Armando Grell, diretor da consultoria Evoluo. Segundo ele, nesse tipo de empresa ainda é comum a contratação de parentes apenas porque são membros da família, quando o mais correto é sempre buscar profissionais com perfis adequados para a vaga em questão.

Na opinião de Maria Teresa, a contratação de familiares é algo legítimo. "Quando os jovens estão na idade de começar a trabalhar, muitas famílias que têm empresas geram oportunidades para eles. É natural que a família queira desenvolver seus herdeiros", pondera.

A professora considera que o mais adequado é cuidar para que o jovem profissional em questão consiga contribuir tanto para o desenvolvimento da empresa quanto para o seu próprio. "Por isso é fundamental colocá-lo em áreas que tenham a ver com ele", diz.

Mas, segundo a professora, o ideal é que dentro da empresa se tenha um mix de profissionais, variando entre os que vêm do mercado e os que são membros da família. "Sempre os extremos são negativos", afirma.

A confiança é a principal justificativa usada por empresas que mantêm as posições-chave ocupadas apenas por parentes. "É muito difícil um pai ter um filho que seja um excelente diretor comercial, outro que seja exímio com finanças e um terceiro que seja ótimo com tributação. Por isso, acredito que deva se buscar profissionais no mercado", afirma Armando.

Se as demissões já costumam ser difíceis, quando se trata de familiares a questão fica ainda mais complicada. Para Maria Teresa, o melhor é prevenir. Segundo ela, é preciso focar em estratégias que minimizem as chances daquela pessoa ser demitida, como procurar deixar claro o que se espera do profissional e investir em seu aperfeiçoamento.

A profissionalização nas empresas familiares
A profissionalização de empresas familiares não pressupõe, necessariamente, afastar a família do controle do negócio e, sim, implantar instrumentos de gestão, de controle e estruturar funções. "Significa que a empresa vai adotar métodos e processos de acordo com as necessidades de mercado", explica Maria Teresa.

Os especialistas concordam que isto deveria acontecer antes de a empresa começar a operar. Ou seja, deveria fazer parte do plano de negócios, pois uma empresa que nasce desordenada é menos competitiva.

"Quando a profissionalização ocorre mais tarde - geralmente quando se sente a necessidade de expandir os negócios - é recomendado contar com a ajuda de uma consultoria especializada", diz a professora.

Não é consenso o fato de que para crescer é preciso que a família se afaste dos negócios. "A maioria das grandes empresas que nasceram familiares hoje tem apenas alguns membros no controle", opina Armando. Ele cita a fast fashion holandesa C&A e a rede de laboratórios Delboni Auriemo.

Há, no entanto, exemplos de empresas que, mesmo depois de se tornarem grandes, continuaram com a estrutura familiar. Entre elas está o Grupo Lorenzetti e o Grupo Seculus. "Empresas familiares têm valores sólidos que passam de geração em geração. E essa é uma vantagem", diz Maria Teresa.

Fonte: Cross Content

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