Os desequilíbrios financeiros geram problemas incalculáveis para as companhias que não possuem planejamento e nem um fluxo de caixa controlado. De acordo com pesquisa da Serasa Experian, 975 instituições brasileiras entraram com pedido de falência em 2012. As micro e pequenas empresas apresentaram um maior número de solicitações nos primeiros seis meses de 2012. Somente para essa categoria, foram 529 solicitações. De janeiro a junho de 2012, houve uma alta de 11,2% com relação ao mesmo período de 2011.
Ainda conforme os dados da Serasa, desses 975 pedidos, 286 foram feitos pelas companhias de médio porte e 160 pelas grandes. De acordo com a especialista contábil Dora Ramos, diretora da Fharos Assessoria Empresarial, o colapso das médias e grandes empresas pode decorrer do acúmulo de financiamentos e capital de giro e até mesmo como uma solução estratégica. Nestes casos, para que o gestor não deixe o empreendimento fracassar, ela orienta que se reconheça a situação de alerta antes que o problema tome proporções maiores.
Mas existem meios de evitar o fracasso de um negócio. A especialista diz que é preciso ter um controle de gastos e um bom planejamento. “Nos primeiros anos de abertura de um empreendimento, deve-se ter uma administração muito precisa, pois qualquer deslize pode levar ao fechamento das portas”, explica.
A incapacidade financeira é gerada por uma má administração que, conforme ela, muitas vezes, pode acontecer por fatores externos e acaba acarretando numa falha do gestor. Segundo Dora, os riscos precisam ser avaliados e previstos. “O administrador precisa pensar de forma muito ampla a falência é consequência de um pensamento um tanto quanto restrito onde alguns fatores deixaram de ser contemplados”, analisa.
Na maioria das vezes, o pedido judicial é feito pelos próprios fornecedores, já cansados de negociar e de cobrar. No caso de a corporação ir à bancarrota, ela precisa passar por um processo judicial a ponto de provar que está completamente sem condições de quitar suas dívidas. “Imaginem se todos que tivessem problemas financeiros pedissem falência, seria uma saída ótima”, ironiza.
Depois que se chega a vias jurídicas, muitas vezes, é possível a recuperação judicial, renegociando os débitos. “Tive clientes com muitas dificuldades financeiras, e seus maiores credores eram bancos, e muitos deles conseguiram reverter o processo”, exemplifica.
Fonte: Jornal do Comércio RS