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TRABALHO PRESENCIAL

Frequência no escritório agora influencia avaliações e remuneração

Veja como essa mudança pode influenciar o mercado de trabalho.

16/03/2025 12:00

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Empresas endurecem regras de retorno ao escritório; veja o impacto

Frequência no escritório agora influencia avaliações e remuneração

O retorno ao trabalho presencial está se tornando uma prioridade para muitas empresas. Além de reforçarem políticas mais rígidas, algumas organizações passaram a monitorar a frequência dos funcionários no escritório e vincular esse fator às avaliações de desempenho, promoções e bonificações.

Nos últimos anos, o trabalho remoto ganhou força, mas muitas empresas agora estão retomando a exigência de presença física. Grandes corporações, como JP Morgan, Goldman Sachs e Amazon, já solicitaram o retorno total ao escritório. Enquanto algumas adotam um modelo híbrido, outras estão utilizando dados de presença para avaliar o desempenho dos funcionários.

A PwC UK, por exemplo, começou a enviar relatórios mensais sobre a frequência dos colaboradores aos seus gestores, enquanto o Lloyds Banking Group considera a presença no escritório um critério para concessão de bônus.

Como as empresas estão monitorando os funcionários?

Com o avanço da tecnologia, os empregadores passaram a utilizar dados de catracas, registros de computador e softwares de monitoramento para acompanhar a frequência dos funcionários. Essas informações não servem apenas para controle de presença, mas também para decisões estratégicas, como redução de custos imobiliários e gestão de espaços compartilhados.

Além disso, algumas companhias estão estruturando políticas de acordo com o nível hierárquico:

  • Executivos seniores → devem comparecer diariamente para decisões estratégicas;
  • Diretores e gerentes → precisam estar no escritório para orientar equipes;
  • Colaboradores juniores → têm maior flexibilidade, mas são incentivados a comparecer para aprendizado e networking.

Impacto das novas regras 

A adoção de regras mais rígidas pode ter efeitos positivos e negativos. Para as empresas, o retorno ao escritório pode ajudar a melhorar a colaboração e aumentar o controle sobre a produtividade. No entanto, há riscos, como o desengajamento de talentos e aumento da rotatividade.

Estudos apontam que funcionários que valorizam a flexibilidade, como mulheres, millennials e profissionais de alto desempenho, tendem a procurar novas oportunidades caso sejam forçados a retornar ao escritório contra sua vontade. Empresas como Apple, Microsoft e SpaceX já enfrentaram alta rotatividade após endurecerem suas políticas presenciais.

A decisão de atrelar frequência a bonificações pode gerar implicações legais. Advogados alertam que empresas que penalizarem trabalhadores com limitações para comparecer ao escritório, como pais, cuidadores ou pessoas com deficiência, podem ser alvo de processos por discriminação ou desigualdade salarial.

Além disso, se o contrato de trabalho prever o modelo remoto ou híbrido, a exigência de retorno sem negociação pode representar uma violação contratual.

Flexibilidade ainda é um diferencial competitivo

Para equilibrar a necessidade de presença no escritório sem desmotivar os funcionários, algumas empresas estão adotando incentivos em vez de punições. Benefícios como alimentação gratuita, subsídios para transporte e oportunidades de trabalho no exterior têm sido oferecidos para tornar o retorno mais atrativo.

O grande desafio das empresas agora é encontrar um modelo que mantenha a produtividade, evite a perda de talentos e garanta conformidade com a legislação trabalhista. Para os profissionais contábeis, esse movimento pode gerar novas demandas relacionadas a contratos de trabalho, políticas de remuneração e compliance trabalhista.

A tendência é clara: a flexibilidade no ambiente de trabalho segue em debate e deve continuar impactando as relações trabalhistas nos próximos anos.

Com informações da Financial Times

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