O pacote de concessões de ferrovias e rodovias no valor de R$ 133 bilhões, com o objetivo de dar mais fôlego para a economia brasileira, penaliza o dólar nesta quarta-feira (15/8). Há pouco, a moeda americana caía 0,14%, negociada a R$ 2,024 para venda.
Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, este anúncio mostra que o Brasil está com liquidez. "A força da entrada deste dinheiro pesa no dólar. Empresas de fora, como uma coreana, por exemplo, vão trazer dinheiro para usar aqui e isso vai desvalorizar a moeda", explica.
No entanto, Galhardo destaca que a divisa não deverá cair abaixo de R$ 2,00, pois o Banco Central (BC) não deixaria, uma vez que a instituição encontrou um patamar ideal para a indústria e consumidor.
"O governo vai começar a combater efetivamente aquilo que prejudica mais o exportador do que a taxa de câmbio, reduzindo os altos custos de embarque. Não adianta melhorar a competitividade se não temos onde colocar os produtos", complementa o gerente.
Em relação a um possível aumento, Galhardo não acredita em uma disparada da moeda. Para ele, tanto os bancos quanto os investidores estão com suas posições compradas. "O dólar só vai aumentar se houver algum efeito mais preocupante na crise da Europa".
Em relação ao cenário externo, o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro, divulgado na terça-feira (14/8), que registrou contração de 0,2%, continua pesando no humor dos investidores. "Não há nenhuma notícia boa lá fora e o crescimento da Europa continuar a penalizar".
"Mesmo com o cenário ruim externamente, o dólar médio de julho ficou em R$ 2,29. Neste mês, está praticamente igual, abaixo de R$ 2,03", completa o gerente.
Fonte: Brasil Econômico