A partir do momento em que se constata que há lucro, é preciso decidir o que fazer com ele. Reinaldo afirma que é legítimo que o proprietário, ou os sócios, recebam parte dessa quantia. "O importante é que não fique para eles mais do que 50% do lucro líquido", aconselha. Outra recomendação é repartir o lucro a cada seis meses ou um ano, já que, por mês, o dono da empresa já tem o seu salário fixo, que é o pró-labore.
O restante do dinheiro, ensina o consultor, deverá ser usado para reinvestir no próprio negócio e servir para crises inesperadas. "Uma parte do lucro tem que ser 'imexível'. É aquele dinheiro em que ninguém toca e que será usado só em caso de emergência", diz. Por emergência, entende-se indenizações trabalhistas, clientes que não pagam e instabilidade no mercado, por exemplo.
Para Samy Dana, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP), quando não há maneira de reinvestir na empresa - ou porque o mercado não está em um bom momento ou porque não há necessidade dentro do próprio negócio -, o melhor é que os sócios distribuam o lucro entre si. "Deixar o dinheiro parado é perder dinheiro. Com o tempo, ele se deprecia", afirma.
A participação dos funcionários nos lucros também é cada vez mais comum. Suas regras estão estabelecidas em lei de 2000 e, embora não obrigatória, faz parte da pauta de reivindicações anuais de diversas categorias, que buscam incluir esse instrumento nos acordos de trabalho. "Hoje, muitos sindicatos já legalizaram essa questão. Então, não há como escapar", diz Reinaldo.
Como gerar lucro
Uma empresa pode faturar milhões e quase não ter lucro, enquanto outra, que fatura pouco, pode apresentar um lucro considerado alto. Isso porque a gestão empresarial é que define a maneira como o capital é distribuído dentro do negócio.
Segundo Reinaldo, uma gestão empresarial focada no lucro tem de, necessariamente, estar centrada em três pilares: gestão produtiva, gestão financeira/administrativa e gestão comercial. "De nada adianta uma empresa produzir o melhor produto se ela não consegue otimizar gastos internos ou não vende bem", afirma. Por isso, é essencial que todas as áreas do negócio estejam alinhadas.
Fonte: Terra Empreendedorismo