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Alta de preços no atacado deve ser minimizada no varejo

As taxas de inflação têm-se mostrado mais pressionadas nos últimos meses.

23/08/2012 16:56

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Alta de preços no atacado deve ser minimizada no varejo

O principal componente dessas altas são os preços que compõem os produtos no atacado (IPA) dentro dos Índices Gerais de Preços (IGPs), devido a quebra de safra de grãos nos Estados Unidos. Apesar do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA - 15) ter registrado 0,39% em agosto ante 0,33% em julho, segundo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), especialistas consultados pelo DCI não acreditam que a inflação de varejo seja fortemente influenciada pela apreciação no atacado.

Segundo Rafael Leão, economista da agência de risco Austin Rating, o índice de preços no atacado representa 60% dos IGPs mas "não olhamos para essa inflação para balizar nossa política monetária, os preços do IPA são balizados pelos preços internacionais, quando há essas quebras de safras, você tem os choques de oferta mas os preços tendem a ficar controlados quando a situação se normalizar", disse.

O repasse da alta do atacado para o varejo, segundo o especialista, pode acontecer momentaneamente mas não deve ser um impacto tão grande, "o que acontece é uma transferência que tende a impactar os custos do setor, como no complexo de carne, à medida que sobe o custo da ração mas ele acaba sendo corrigido quando os preços voltam ao normal", completou. A agência acredita que a apreciação dos grãos deva permanecer pelos próximos três a quatro meses.

Na opinião do professor da Faculdade Veris, Fabrício Pessato, "os preços no atacado sempre chegam menos no varejo, é possível que essas altas nos preços de commodities cheguem aos IGPs e ao IPC e talvez pode ser que isso reforce um pouco de alta [do IPCA] até o final do ano".

O IBGE afirmou que os principais itens que influenciaram o IPCA-15 de agosto foram Transportes que passou de queda de 0,59% em julho, foi para zero no mês, o que é atribuído, principalmente, aos itens automóvel novo (de -2,47% para 0,04%), ônibus interestadual (de 1,49% para 3,40%), seguro de veículos (de -0,33% para 0,96%) e automóvel usado (de -2,45% para -0,15%).

Subiram, também, as despesas com saúde e cuidados pessoais, passando de 0,37% em julho para 0,52% em agosto. Embora apresentando desaceleração em relação ao mês anterior, o grupo alimentação e bebidas (de 0,88% em julho para 0,76% em agosto) foi o que teve a maior variação no IPCA-15.

Na opinião do professor Pessato, os principais responsáveis pelo dado de agosto foram os preços no atacado e os preços administrados. "Alguns itens que têm subido são os preços administrados como saúde, cuidados pessoais, e educação, que são preços que sofrem um reajuste automático".

Para Priscila Godoy, analista da Rosemberg & Associados, "o IPCA- 15 veio como uma noticia boa entre julho e agosto teve uma desaceleração na margem do grupo de alimentos, repasse menor do que foi no IGP e menor do que o esperado, não vai ser isso que vai preocupar, o que está preocupando são outros fatores porque não sabemos da onde vem e não são pontuais".

Entre os fatores citados pela especialista "o que é preocupante é que você olhar as medidas dos núcleos, eles começaram a acelerar, é importante levar em conta que esses núcleos expurgam os itens com maior variabilidade ou ponderam, de forma a minimizar esses indicadores voláteis excluindo as coisas pontuais, que tem muita variação, é uma alerta que a inflação tem que ser monitorada a partir de agora", disse .

Priscila também chama a atenção para a inflação do setor de serviços, "a inflação de serviços em doze meses está acelerada, não vemos de onde essa inflação vem já que a atividade econômica está parada". Para o IPCA fechado de agosto a Rosemberg espera um índice de 0,45% e 5,1% no ano. Já a Austin Rating espera, por hora, indicadores menores com 0,38% e 4,7% respectivamente.

Fonte: Diário Comércio Indústria

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