BRASÍLIA. Os técnicos da Receita Federal iniciaram ontem mais uma paralisação de três dias em protesto à forma como a categoria foi tratada na medida provisória (MP) que criou a Super Receita - estrutura que unificou as secretarias da Receita Federal e da Receita Previdenciária. A greve prejudica o atendimento aos contribuintes nos postos do Fisco e também a fiscalização de cargas em portos, aeroportos e fronteiras. Nos postos, só estão sendo atendidos idosos, gestantes, deficientes e pessoas que estão no fim do prazo para resolver pendências.
Na semana passada, os técnicos já haviam feito uma paralisação de três dias que teve a adesão de 90% da categoria. O protesto acabou atrapalhando o desempenho da balança comercial na semana. O superávit caiu de US$ 985 milhões na terceira semana para US$ 343 milhões na quarta semana de julho.
O Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (Sindireceita) diz que a categoria foi prejudicada pela nova estrutura. Isso porque os técnicos vinham lutando para que sua carreira fosse equiparada à dos auditores da Receita. Eles alegam que têm o mesmo preparo que os auditores, mas menos atribuições e salários menores.
O Sindireceita esperava que a Super Receita tratasse técnicos e auditores como uma única categoria. Mas, na verdade, a MP propôs apenas a unificação das carreiras de auditores da Receita Federal e da Previdência Social. Segundo o Sindireceita, o projeto pode até mesmo resultar na extinção da carreira de técnico.
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco) também está realizando assembléias nacionais e não descarta a possibilidade de fazer paralisações.
Fonte: O Globo