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Experiência em vendas vale para profissionais de todas as áreas

Segundo Antônio Salvador, diretor de RH da HP, cedo ou tarde todo mundo vai precisar vender uma ideia para o chefe ou o cliente.

23/10/2012 10:17

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Experiência em vendas vale para profissionais de todas as áreas

Como você imagina o desenvolvimento da carreira de um jovem que, aos 26 anos, ainda tentava aos trancos e barrancos agarrar seu diploma universitário? Essa história faz parte da trajetória de Antônio Salvador, 44 anos, executivo bem-sucedido com passagens por grandes companhias como Brahma, IMB e PricewaterhouseCoopers (PwC). Carioca da gema, Salvador é o atual diretor de Recursos Humanos da HP, área onde encontrou sua verdadeira paixão: a gestão de pessoas.

Formado em Comunicação Social pela Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, Salvador teve diversas experiências profissionais desde os tempos de faculdade, passando pelas áreas de vendas e consultoria até ocupar a liderança da área de RH da gigante de tecnologia. Na entrevista a seguir, ele conta sua trajetória profissional e as principais lições de carreira que teve até hoje. 

Trabalho e universidade

Uma das grandes dificuldades do início da minha carreira foi conciliar trabalho e faculdade. Eu comecei a me destacar no trabalho e os estudos começaram a ficar em segundo plano. Acabei postergando algumas matérias e só consegui me formar aos 26 anos, sete anos depois de ter ingressado no curso de Comunicação Social. Não me lembro com saudade da universidade. Foi um período muito difícil para mim.

Saiba vender seu peixe

Meu primeiro emprego foi de vendedor de anúncios de jornal para grandes empresas no Rio de Janeiro. Eu aprendi muito. Trabalhar em vendas é uma experiência que todo profissional deveria ter, pois mesmo que não seja sua área de atuação, em algum momento, você terá que convencer alguém a comprar sua ideia. No início da minha carreira, trabalhei em empresas pequenas e isso foi muito bom, pois tive a oportunidade de fazer um pouco de tudo: emitir nota fiscal, visitar clientes, preparar e embalar brindes. Para quem está começando, quanto mais rica a experiência, melhor.

Sem pressa e um passo de cada vez

Eu tinha mais ou menos 28 anos quando encontrei o que realmente queria fazer profissionalmente, que era atuar na área de Recursos Humanos. Hoje, olhando para trás, percebo que a gente se cobra, desde muito cedo, ter a clareza do que se vai fazer nos próximos 15 ou 20 anos. Essa cobrança é desnecessária. E quanto mais experiência o profissional tiver no início da carreira, mais fácil será decidir qual área o atrai.

Os ciclos de aprendizado

É importante ter uma jornada dentro de cada empresa, isto é, completar um ciclo com começo, meio e fim. Esse tempo varia, pode levar dois, três, vinte anos. Essas jornadas tendem a ser cada vez mais curtas, mas eu nunca vi alguém conseguir terminar uma jornada em três meses. Nesse tempo, você não sabe nem onde é o banheiro. Completar um ciclo garante o aprendizado e a evolução em cada experiência profissional.

No olho do furacão

É interessante trabalhar em setores ou empresas que estejam passando por momentos de transformação, pois são nesses períodos que surgem oportunidades e novos desafios. Se eu tive algum sucesso profissional é porque sempre busquei estar no olho do furacão. Eu gosto disso. Por exemplo, se surge um problema, eu quero estar no grupo que irá resolver o problema. E eu acredito que as empresas gostam de pessoas com esse perfil, e não daqueles que sentam e esperam outros encontrarem uma solução.

A importância de sair bem de uma empresa

É muito importante saber sair de uma empresa, já que é impossível prever se um dia você irá precisar voltar. Eu falo por experiência própria. Depois de um período de quatro anos como consultor na PwC, o mercado estava passando pelo boom das empresas pontocom e eu fui me dedicar a uma iniciativa da Promon voltada para educação e tecnologia. O negócio não teve sucesso e depois de dois anos de tentativas, voltei para a PwC. Isso porque mesmo quando estava na Promon, mantive uma relação excelente com meus antigos colegas e sócios na PwC.

O encontro com a área de RH

Após um ano e meio atuando na área de comunicação interna da Brahma, fui convidado para tocar o projeto da Universidade corporativa da empresa. Quando comecei a participar desse projeto, tive meu primeiro contato com a área de Recursos Humanos e treinamento de funcionários. Eu me apaixonei pelo tema gestão de pessoas e percebi como as pessoas de uma empresa podem realmente fazer a diferença nas organizações. Na época, eu tinha 28 anos e foi quando pensei: “É isso o que eu quero fazer”.

Qual indústria você conhece?

Cada vez mais as empresas vão buscar profissionais especialistas em determinada indústria. Seja a indústria de consumo, financeira, de tecnologia ou de prestação de serviço. Ter esse conhecimento do negócio faz a diferença para qualquer cargo que você venha a ocupar em uma corporação.

As lições de um bom feedback

Uma atividade que acho muito importante e tento exercitar com meu time é o feedback franco, honesto. É melhor você saber que não tem futuro numa organização cedo, para que consiga tomar uma atitude do que saber disso no momento da demissão. Quem está começando a carreira deve pedir feedback – é de graça, não dói e é importantíssimo para começar saber como o chefe ou gestor enxerga seu trabalho.  Um feedback positivo é esquecido em um dia. Já o feedback negativo é lembrado pelo o resto da vida, pois são nesses momentos duros, difíceis que o profissional realmente aprende e consegue se superar.

Conselhos para ter sucesso profissional

Os jovens devem ler, pesquisar, estudar, isto é, buscar ter o conhecimento mais amplo possível. Isso é muito rico, pois os insights vem de lugares que você menos espera. Também é importante estar atento ao que acontece no mundo e, em especial, na indústria que você trabalha ou pretende trabalhar. Quem está começando a carreira deve estar sempre com a antena ligada.

Agarre uma vaga de trainee sendo sincero

Os programas de trainee passaram por uma pasteurização. Para sair disso, o jovem precisa ser ele mesmo. Quanto mais honesto e firme ele for, mais sucesso irá ter. Porém, se no processo seletivo ele tentar dar repostas prontas, vai acabar tendo problemas quando começar a trabalhar na empresa

Fonte: MSN Carreira por Ana Luiza Jimenez

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