O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não cumprirá a meta cheia do superávit primário – esforço fiscal feito para pagamento dos juros da dívida. De acordo com ele, o esforço em 2012 será inferior ao percentual de 3,1% do PIB previsto inicialmente. Segundo Mantega, a redução da meta está relacionada às desonerações tributárias concedidas este ano.
“Nós temos uma meta de [superávit] primário de 3,1% do PIB e temos autorização para deduzir dessa meta o equivalente a investimentos que nós vamos fazer. Como nós estamos com a arrecadação mais fraca este ano e fazendo reduções de tributos que chegam a R$ 45 bilhões, nossa arrecadação está comprometida. Portanto, nós não devemos fazer o [superávit] primário cheio”, declarou.
Ele destacou que o governo tem autorização para deduzir até R$ 42 bilhões, mas disse que o abatimento não chegará a tanto. A diminuição do esforço fiscal não significa um afrouxamento das contas públicas. “Estamos autorizados [a deduzir] todos os anos. Só o fizemos quando a situação ficou mais crítica, como em 2009. Não significa afrouxamento, pois continuamos reduzindo o déficit fiscal nominal. Ele será menor do que o ano passado e a dívida pública continuará caindo”, disse.
O economista Alexandre Schwartsman, sócio diretor da Schwartsman & Associados, avaliou que o governo conseguirá entre R$ 100 bilhões e R$ 110 bilhões de superávit primário, resultado bem inferior à meta cheia, de R$ 139,8 bilhões prevista para este ano. Para ele, o governo poderia chegar perto da meta prevista de superávit primário deste ano se gastasse menos (ABr).
Fonte: Empresas e Negócios