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Alta carga tributária afeta contratações

Em entrevista ao JORNAL CORPORATIVO, presidente do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ), Wagner Siqueira, afirmou que espera um crescimento maior da economia brasileira no próximo ano.

03/01/2013 15:47

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Alta carga tributária afeta contratações

O ano de 2012 no Brasil foi marcado pelo baixo crescimento econômico que segundo o Boletim Focus, do Banco Central (BC), ficará em torno de 1% e pela inflação por volta dos 5%, acima da meta estabelecida pelo Governo Federal, que é 4,5%. Com esta realidade, o JORNAL CORPORATIVO entrevistou o presidente do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ), Wagner Siqueira.  Entre os diversos temas abordados, estão a importância do período de final do ano para o comércio fluminense, também, quais são as perspectivas e desafios a partir do 1º de janeiro de 2013.


Segundo relatório da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), divulgado em novembro passado, 29,7% dos comerciantes do estado do Rio pretendem contar com mão de obra temporária para o Natal, Ano Novo e a alta temporada de verão. Em 2011, este percentual havia sido de 33,3%. A Federação estima que serão contratados de forma temporária cerca de 85,8 mil trabalhadores no estado para atender ao aumento da demanda no período. No ano passado, a estimativa apontava para a geração de 96,9 mil vagas temporárias.

De acordo com Siqueira, apesar do cenário aquecido no estado do Rio de Janeiro, já se pode constatar uma redução do poder das empresas. “O que estamos recebendo de feedback é que setores beneficiados pela política de estímulo oferecida pelo Governo Federal estão tendo resultados excelentes. Já aquelas que não foram contempladas estão com performances muito ruins. A redução no ritmo de contratações de temporários para esse período é causado por essa falta de estímulos, além de outros fatores”, afirmou.

 O resultado dessa diminuição de força da economia brasileira está na Sondagem de Investimentos da Indústria de Transformação relativa ao período de outubro a novembro, divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) este mês. A pesquisa, que teve a participação de 936 empresas, revelou que “as expectativas para contratações pelas empresas em 2013 tornaram-se menos favoráveis este ano em comparação com as previsões feitas no bimestre outubro-novembro do ano passado”.

 O porcentual de empresas que pretendem contratar diminuiu de 36% para 32%, na comparação do bimestre outubro-novembro de 2012 com o mesmo período de 2011. As que programam demissões aumentou de 10% para 12%. Em relação a 2012, 37% das empresas reportaram aumento do pessoal ocupado e 23%, queda.

 Das 936 empresas ouvidas no período de 15 de outubro a 30 de novembro, 50% informaram que programam aumentar os investimentos em capital fixo no próximo ano, enquanto 15% planejam reduzir. A parcela das que preveem crescimento real das vendas, descontada a inflação, chega a 71%. O porcentual das que projetam queda do faturamento em 2013 é de 6%.

 Sobre as perspectivas para o próximo ano no setor empresarial, o presidente do Conselho Regional de Administração disse que espera para o próximo ano resultados melhores que os de 2012. “O número registrado pela economia brasileira este ano foi tão ruim que qualquer resultado melhor para 2013 será bastante importante para o comércio e os empresários. As vendas que estão acima das expectativas no natal, aqui no Rio de Janeiro, não significam nada. Temos que esperar o início do próximo ano para vermos qual é o verdadeiro cenário econômico”, falou.

 Wagner Siqueira afirmou também que a presidente Dilma Rousseff precisa urgentemente promover políticas econômicas eficazes. A carga tributária no Brasil – que é uma das mais altas do mundo – está prejudicando os investimentos, a contratação de pessoal e sufocando as empresas. “Este ano, principalmente, crescemos mais que o Paraguai, que sofre com sanções de países do Mercosul. É algo alarmante e o Governo Federal precisa resolver isso. Estamos perdendo os ganhos que tivemos nos últimos 20 anos”, falou o presidente do CRA-RJ.

Fonte: Conselho Fed. de Administração - Richard Hollanda

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