Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
Considerando o balanço de riscos para a inflação, que apresentou piora no curto prazo, a recuperação da atividade doméstica, menos intensa do que o esperado, e a complexidade que ainda envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta.
Apesar do Comitê julgar a meta como mais acertiva, a Fiesp e o Ciesp defendem novos cortes na taxa, para aproximá-la daquelas praticadas internacionalmente. "Acreditamos que novas quedas na Selic acontecerão ao longo do ano, mas o governo precisa aumentar a competitividade da economia e destravar o investimento", afirma Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp.
Segundo Skaf, o governo deve usar como exemplo as medidas tomadas na MP 579, que trouxe as reduções da energia, e partir para uma política de redução na burocracia, carga tributária e custo de crédito. "Para alcançar maiores níveis de investimento é preciso ainda acelerar a execução de obras públicas e regulamentar concessões e Parcerias Público Privadas (PPPs), sem tolher a iniciativa privada", completa o presidente da Fiesp.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também não se contentou com a fixação e criticou a manutenção da taxa básica de juros. ""Foi desperdiçada uma boa oportunidade para retomar o bom caminho da redução da Selic e, com isso, forçar uma queda maior dos juros e dos spreads dos bancos, a fim de baratear o crédito e incentivar o emprego, o desenvolvimento e a distribuição de renda", avalia o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. Para ele, "apesar das quedas da Selic em 2012, os bancos brasileiros ainda continuam praticando juros e spreads que permanecem entre os mais altos do mundo, travando a produção e o consumo, freando o crescimento econômico do país".
"Todos esses juros dos bancos ainda são altos e precisam cair mais. A inflação e a baixa inadimplência não justificam essas taxas elevadas nem as altíssimas provisões para devedores duvidosos", critica o dirigente sindical. "Os bancos podem emprestar mais com juros e spreads menores", defende. "No Brasil, o crédito beira 50% do PIB, enquanto em outros países chega até 300% do PIB", salienta Cordeiro.
Em contrapartida, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) analisa que a decisão do Banco Central (BC) em manter a Selic em 7,25% é acertada devido ao momento econômico.
A Fecomercio se atenta para a difícil situação do Banco Central, uma vez que lida com a necessidade simultânea de manter o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) controlado, reduzir o custo da dívida e estimular a economia do País, que vem crescendo em baixo ritmo. O entrave é que o BC não pode, ao mesmo tempo, mirar na inflação, no custo da dívida pública e no estímulo à economia. Em 2012, o indicador de preços oficial terminou o ano em 5,84% e para 2013 as apostas são de 5,5%, muito acima da meta e subindo.
Para a federação, o Banco Central não poderá mais reduzir a Selic, considerando até um possível aumento na taxa de juros entre 8,5% e 9%, para que o IPCA não escape do controle público.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria