Os países da zona do euro e o FMI concluíram as negociações sobre o plano de resgate da economia do país, na madrugada desta segunda-feira. O acordo permitirá que o Chipre receba uma ajuda de 10 bilhões de euros, mas a contrapartida vai ser dura para os cipriotas. Pelas medidas, os depósitos acima de 100 mil euros (R$ 260 mil) que estão no Banco do Chipre, o maior do país, sofrerão perdas importantes.
Para que os principais bancos do Chipre se reestruturem, os correntistas cipriotas e estrangeiros com mais de 100 mil euros em suas contas bancárias, terão que ajudar nesse processo, perdendo 40% de seus ativos. A maioria das contas bancárias altas pertence a oligarcas russos, atraídos pelos baixos impostos e cidadania que o país oferecia.
O Banco Laiki, segundo maior do país, deve fechar, e seus correntistas com mais de 100 mil euros também sofrerão perdas. As contas bancárias com depósitos inferiores a 100 mil euros serão transferidas para o Banco do Chipre. A "contribuição" dos correntistas, acionistas e detentores da dívida do Laiki vai representar cerca de 4 bilhões de euros do total dos 7 bilhões que os bancos cipriotas terão que gerar para assegurar o processo de falência.
Em troca do pacote de ajuda de 10 bilhões, de euros, essas foram algumas concessões feitas por Chipre. No mês de abril, o plano aprovado precisa do sinal verde dos Parlamentos de vários países da zona do euro, para que a primeira parcela do pacote seja liberada em maio.
As agências bancárias do país, fechadas há dez dias, deveriam reabrir nesta terça-feira, mas por casa das medidas anunciadas nessa madrugada, isso só será possível na quinta-feira, segundo o ministro de Finanças do país, Michallis Sarris, em entrevista à rádio BBC.
Para evitar uma fuga maciça de capitais do país, foram definidas as seguintes limitações: Nos caixas automáticos, os depósitos estão limitados a 120 euros (313 reais) por dia no Banco do Chipre, e 100 euros (260 reais) no Laiki.
Fonte: Valor Econômico