Em decorrência da pressão de alimentos, do comportamento da inflação de serviços e da maior difusão do aumento de preços na economia, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reafirmou que a inflação tem se mostrado resistente nos últimos meses.
Em audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tombini afirmou que a inflação está sob controle, mas encerra riscos à frente. "O Banco Central está acompanhando a evolução do cenário econômico para avaliar a necessidade de outras medidas", completou.
No fim do ano passado, última vez em que Tombini esteve na CAE, ele citou um conjunto de fatores que favorecia que a inflação voltasse a se deslocar na direção da trajetória da meta ao longo deste ano: reajuste menor do salário mínimo neste ano em comparação a 2012; moderação na dinâmica de certos ativos reais e financeiros (em referência ao comportamento do câmbio), desonerações adotadas pelo governo com impacto nos índices de preços ao consumidor; expansão do crédito às pessoas físicas em linha com o crescimento da renda e cenário internacional que atua como fator de contenção da demanda agregada.
Em relação à inflação do ano passado, o presidente do BC disse que o desvio se deu em função do choque de preço de alimentos e do repasse da desvalorização cambial. Em 2012, o índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 5,84%.
Tombini apresentou aos senadores a apresentação do último Relatório de Inflação que decompõe a taxa de inflação em 2012 para revelar que 12,5% da inflação do ano passado foram consequência do choque de oferta e 10,2% do repasse cambial. As expectativas foram responsáveis por 8,3% da inflação acumulada de 2012, segundo os dados.
Fonte: G1