Uma boa parte das pessoas deixam de investir na compra de ações por medo de perder tudo o que tem. Apesar do número de pessoas cadastradas na BM&Bovespa ter crescido nos últimos 10 anos, a quantidade de investidores ainda é muito pequena em relação ao tamanho da população brasileira.
O economista da HPN Invest, Edgar de Sá, listou alguns medos que levam os investidores a desistirem das ações e também algumas formas de lidar com eles:
1. Medo do preço das ações cair e perder tudo
De acordo com Sá, é possível se precaver ou evitar que isso ocorra. “Utilize a Análise Fundamentalista para escolher ações de empresas ‘saudáveis’ do ponto de vista econômico/financeiro. Também é importante não se arriscar em mercados de maior risco, como derivativos (opções) e futuros, onde existem operações que podem acabar com o patrimônio do investidor fazendo, inclusive, com que ele perca além do investido. Deixe estas operações para os profissionais do mercado”, aconselha.
2. Medo de não saber a hora de comprar e vender
Para Sá, os iniciantes devem sempre contar com o auxílio de um profissional da área de análise. “Este profissional deve possuir conhecimentos das escolas de análise fundamentalista – que mostra ao investidor quais ações comprar e/ou vender –, e técnica – que indica ao investidor a melhor hora para comprar e/ou vender”, pontua.
Ele ressalta que o investidor não deve nunca comprar um papel baseado em “achismos”, feeling ou em “dicas” dos encontradas na internet ou passadas por amigos. “Controle a ansiedade. Ações que caíram muito e estão ‘baratas’, podem ficar mais “baratas” ainda. É necessário entender por que os preços caíram para determinar se realmente vale a pena comprar aquelas ações. O mesmo vale para ações que subiram muito e ficaram “caras”, elas podem subir ainda mais”, diz o executivo.
3. Medo de não ter "estômago" para aguentar o sobe e desce da bolsa
Contra este sentimento, Sá recomenda ao investidor planejar bem sua estratégia de entrada e saída do mercado. Definir o momento de comprar e/ou vender e planejar o que fará se as coisas não ocorrerem exatamente como planejadas.
O economista acredita ser importante utilizar ordens de stop, tanto para perdas quanto para ganhos. “Pode ser uma boa estratégia para evitar que o investidor seja dominado pela ansiedade e acabe operando de forma inadequada”, diz. Por fim, ele ressalta que o investidor deve sempre acompanhar sua carteira. “ isso fará com que a operação tome o rumo desejado. Planejamento e estratégia são a palavras fundamentais contra as ‘dores de estomago’ para quem investe na bolsa”, ressalta.
4. Medo de sair da renda fixa (com retorno garantido) e entrar em um investimento com mais incertezas
O diretor da HPN Invest diz que existem vários mecanismos e operações que reduzem o risco dos investimentos no mercado de Renda Variável. “São as chamadas ‘operações estruturadas’, que aliadas ao bom planejamento e a uma estratégia coerente ao perfil do investidor e ao momento do mercado, permitem ao investidor reduzir estas incertezas”, afirma. Além disso, ele lembra que a tendência é de que o Brasil tenha juros cada vez menores, o que fará com que os investimentos em Renda Fixa sejam cada vez menos atraentes. “Atualmente, com o cenário de juros baixo e inflação em alta, a exceção de investimentos atrelados aos índices de inflação, os demais não conseguem, na maioria das vezes, dar retorno real (acima da inflação) ao investidor. Portanto a recomendação para diminuir as incertezas e conferir ao investidor uma experiência positiva na bolsa é: planeje-se, tenha estratégias adequadas aos mais diversos cenários e possibilidades e diversifique seus investimentos”, conclui.
5. Medo da corretora quebrar
De acordo com Sá, muitos clientes acreditam que um banco é mais difícil de quebrar do que uma corretora e temem por isso na hora de investir em ações. No entanto, ele lembra que todas as instituições financeiras são reguladas, fiscalizadas e autorizadas pelos mesmos órgãos: BACEN, CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e, no caso das corretoras, BSM (BM&FBovespa).
“Logo, o que vai determinar se uma corretora ou banco é saudável ou não, é sua administração. É muito mais fácil um banco ter problemas de insolvência do que uma corretora, uma vez que as operações que normalmente “quebram” uma instituição são operações de crédito (empréstimos e financiamentos de maneira geral), e corretoras, por regulamentação, não podem tomar ou ceder crédito aos seus clientes. E assim como um banco, no caso de insolvência de uma corretora, existem mecanismos de proteção e ressarcimento ao investidor”, afirma Sá.
Fonte: Infomoney