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Cobrança adicional sobre FGTS motiva novo desgaste

A cobrança provisória de uma multa adicional de 10% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nas demissões sem justa causa, que deveria ter acabado no ano passado, mas tornou-se permanente, divide a base aliada no Congresso.

27/05/2013 16:28

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Cobrança adicional sobre FGTS motiva novo desgaste

Cobrança adicional sobre FGTS motiva novo desgaste

A cobrança provisória de uma multa adicional de 10% do Fundo de Garantia  por Tempo de Serviço (FGTS) nas demissões sem justa causa, que deveria ter  acabado no ano passado, mas tornou-se permanente, divide a base aliada no  Congresso e é mais um motivo de desgaste da relação com a presidente Dilma  Rousseff. A multa é cobrada das empresas e a Confederação Nacional da Indústria  (CNI) comanda o lobby pela derrubada, com o argumento de que esse adicional é  um dos fatores que ampliam o chamado custo-Brasil.

Além destes 10%, as empresas já têm de pagar 40% de multa do FGTS quando  a demissão é imotivada. A proposta de extinção da multa chegou a entrar em  pauta no plenário da Câmara na semana passada, mas teve a votação interrompida  por falta de quórum. O governo pediu ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo  Alves (PMDB-RN), que evite colocá-la em votação por saber que há votos  suficientes para aprovação.

O problema é que o PSD, mesmo presente no primeiro escalão do governo,  encampou a proposta e está condicionando a votação de projetos de interesse do  Executivo, como medidas provisórias de temas econômicos, à definição de uma  data para votar o fim da multa adicional - que garante mais R$ 3 bilhões anuais  aos cofres da União, segundo cálculos da indústria. O dinheiro deveria ir para  o fundo, mas desde julho do ano passado ajuda o governo a fechar as contas.

Planos

Criada em 2001, a multa servia para zerar o rombo decorrente de decisão  judicial que obrigou o governo a compensar o FGTS pelas perdas relativas aos  planos Verão, no governo Sarney, e Collor I. Em julho de 2012, esse déficit foi  coberto. Logo, a multa deveria ter sido extinta. O governo, porém, trabalha  contra o fim da cobrança e alega que a retirada do adicional poderia ter como  efeito o incentivo a demissões. Argumenta também que a arrecadação extra ajuda  a garantir recursos para programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida.

Parlamentares do PT também argumentam que o governo já tem ajudado a  indústria a recuperar competitividade com políticas de desoneração, como as  realizadas sobre a folha de pagamento e as destinadas a setores específicos,  como automotivo e da linha branca de eletrodomésticos.

A oposição e setores da base também ajudam a pressionar pelo fim da  multa adicional.

Como alternativa, o líder do PSD, Eduardo Sciarra (PR), vai propor o fim  da cobrança a partir de 1º de janeiro de 2014. No texto em discussão, a data  proposta é 1º de junho de 2013, no próximo sábado. Caso essa mudança seja  feita, o projeto retornaria ao Senado, onde foi aprovado no ano passado. ``Essa  questão é semelhante à da CPMF. É uma cobrança que não tem mais sentido``, diz  Sciarra. O governo aposta em um racha dentro do PSD para impedir a aprovação.

Presidente da União Geral do Trabalhadores (UGT) e membro da direção  nacional do partido, Ricardo Patah promete lutar contra a extinção da multa de  10% sobre o FGTS. Ele afirma que o verdadeiro objetivo dos industriais seria  extinguir toda a multa cobrada sobre demissões. ``Em vez de criar qualidade e produtos  com valor agregado, a indústria só chora``, diz. O impasse no Legislativo deve  persistir durante a semana.

Fonte: Estado de Minas

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